O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

domingo, 30 de outubro de 2011

Sentimento meu

Faz exatamente um ano que abri esse blog. Fiz amigos, descobri escritores e poetas maravilhosos. Li textos que me fizeram chorar, refletir sobre coisas, e aprendi a relevar tantas outras. Passeando pela blogosfera, achei conforto em dias difíceis e textos em forma de conselhos que chegavam sempre no momento certo. Aqui, aprendi a pensar mais sobre o valor do perdão.
Escrever é meu remédio mais poderoso. Quando escrevo, qualquer coisa, seja ela boa ou ruim, inicia sempre um processo particular de cura - as palavras fluem, e esse não pensar, me permite descansar das aflições comuns aos que vivem.
Pelos relatos que recebo, percebo feliz, o quanto consegui "secar lágrimas" e isso me faz acreditar que sei fazer alguma coisa boa na vida. Escrever é onde começo e termino. As palavras mandam em mim.
Pela primeira vez nesse um ano estou há três dias sem vir aqui. Senti falta e fiquei feliz em receber tantos comentários carinhosos em meus textos, justo em um momento onde o que mais preciso é me sentir gostada. A vida ainda é camarada comigo.
Agradeço a todos que me lêem e participam com seus comentários. Agradeço aos que, confiando em mim, relatam sua dores. Tudo isso foi e é luz no meu caminho. A cada vez que lidava com a dor dos relacionamentos alheios, redescobria, no dia a dia, o prazer do meu. Eu amo meu marido, independente do foi, do que é e do que virá.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Para divorciar-se é preciso muita coragem

Completo um ano de blog no dia 30 de outubro. E me surpreendo ao lembrar que, essa foi a data em que me casei, num ano qualquer, há muito tempo. É... Acredite, a gente se esquece completamente do que deveria ser inesquecível, mas não foi. Ficou para trás junto com tantas outras coisas que também não me lembro. Há 11 anos vivo outra relação e sou absurdamente feliz, graças a Deus! Mas sei que não é fácil enfrentar o antes, o durante e o depois (para mim a parte mais fácil, se é que existe algo fácil) do divórcio.
Por mais que atualmente tudo seja tão efêmero, desacredito que alguém se case pensando em separação. Pelo menos não de forma consciente. Mas existe aquele dia horrível em que você se percebe divorciada, ainda dividindo casa, comida e roupa lavada. Compartilham o momento do almoço, vão juntos à festinha do filho na escola, posam de família feliz em dezenas de porta retratos sobre as estantes da sala, e, até fazem sexo vez ou outra. Por um período (longo ou curto) fica assim, um parece, mas, não é - parece feliz, parece família, parece casal, parece para sempre. Com o tempo até isso vai perdendo o sentido, mas ainda não é hora de declarar o fim, para o mundo. Mil justificativas para essa demora (se é que algo justifique a infelicidade). Sei que é difícil demais! Envolve bens, filhos, planos e sonhos.
Então, qual o momento de bater o martelo e sentenciar o fracasso desse projeto? Quando as crianças crescerem... Quando a casa estiver quitada... Quando passar o casamento da sua irmã... Quando descobrirem a cura definitiva para alguma doença que você nem sabe quem é portador.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Vontade de entender...

Hoje acordei com uma vontade imensa de entender...
Porque o tempo leva com ele nossos porquês?
(aquela criança que tanto perguntava, se cansou?) 
Porque seguramos o choro quando crescemos?
(aprendemos que é feio chorar... e quem disse que tem que ser bonito para ser feito?)
Porque não sentamos com aquela naturalidade de sol nascendo nos colos de outrora?
(estão frágeis para nos agüentar, ou estamos tão fortes que não precisamos deles?)
Porque somos cordiais e amáveis com quem não escolhemos?
(finalmente o mundo nos convenceu que para conviver é preciso fingir? )
Porque perdemos a coragem de olhar os mendigos de rua?
(foi mais cômodo passar a enxergá-los como parte integrante da paisagem feia?)
Porque tememos tanto o que nos aguarda na próxima curva?
(será que ainda temos aquele medo infantil do escuro?) 
Em que momento optamos por olhar primeiro o que está fora para só depois dar chance ao que está dentro?  
Quando a vida deixou de ser contornada livremente por lápis de cor e ganhou molduras pesadas?
Quando abandonamos as fadas pelos seres humanos?
Cadê aquela solidão não tão solitária...
Para onde foi nosso fiel amigo imaginário...
Porque a solidão virou solidão?
E os amigos de carne e osso, nem sempre foram tão fiéis?
Em que momento Papai do Céu virou Deus?
Anjo da guarda tornou-se um porte de arma?
Papai Noel virou dinheiro?
Porque não conseguimos seguir um velho conselho e endurecer sem perder a ternura?


domingo, 23 de outubro de 2011

Eu detesto!

A querida Van do maravilhoso blog "Retalhos do que sou" http://retalhosdoquesou.blogspot.com convidou-me a participar de uma brincadeira que consiste em dizer através de imagens, 10 coisas das quais não gosto e convidar 10 blogs a fazerem o mesmo (listei abaixo).
No meu entender não há como colocar esses 10  coisas que tornam minha vida pior, em uma escala, então fui postando aleatoriamente e detestando todas elas, senão com a mesma intensidade, pelo menos com a mesma  abominação.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Paixão é navegar em barco de papel


 Ih... Chegou a sua vez? Está perdidamente apaixonado? Não sei se dou os pêsames, se desejo boa sorte ou força. Covardia minha, não é? Mas fique tranqüilo, não terei o poder de aborrecer ninguém... Romeus e julietas estão imunizados contra esse aborrecimento, simplesmente porque a paixão os deixa cegos, surdos e mudos. Detesto ser desmancha prazer, mas na minha escala de detestar, a mentira está no topo.
Meu caro, preciso te avisar mesmo sabendo que só poderá ouvir quando sair desse coma: Você está encalacrado! A paixão é a pior delícia que há. Te priva dos sentidos - você deixa de perceber. Qualquer tentativa de alerta é poeira ao vento. Paixão é fatal.
Quer um exemplo? Quando o torpor passar e se der o seu renascimento, você irá se indignar com sua falta de atitude perante certas posturas que, se partisse de qualquer outro mortal, você jamais teria aceitado. Mas, como partiu daquele ser, até então, imaculado você nada fez. Não pensar é o lema dos apaixonados. Jogam ao lixo coisinhas básicas como refletir, analisar, ponderar. E nem adianta estar de posse de tudo isso, pois aconteça o que acontecer você não vai abrir mão dos beijos, das noites quentes, da companhia apaixonada do outro. Portanto, estejam à vontade - joguem garrafas vazias em praça pública, chutem cachorro, mandem a mãe à merda, joguem charme para o amigo, ouçam restart, pois nada (por enquanto) fará com que o outro veja o que todos já estão vendo. Não há realidade possível que não aquela projetada pela paixão. Indivíduos lúcidos passam a ser marionete dos desejos.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Uma profunda reflexão - 10 coisas que me deixam feliz

Há dias está rolando na blogosfera uma brincadeira que consiste em dizer por meio de imagens as 10 coisas que te deixam mais feliz e que te fazem bem. Sou uma canceriana super resistente, e talvez uma boboca metida à intelectual, que se priva do que é novo e desprovido de conteúdos profundos e esotéricos que possam me levar a desvendar os mistérios da existência humana, do universo, da espiritualidade. Com sutil desfarçadez acho que por vezes faço uso da milenar magnitude aparente, aquela  escala para comparação do brilho das estrelas, mesmo sendo absolutamente consciente de que minha estrela não brilha mais e nem sou melhor que ninguém... fosse um pouquinho e não estaria nesse planeta lindo, habitado por seres "duros de roer", onde entre eles, estou eu. Apenas não me contento com o que me apresentam, nunca vi o mundo com os olhos que meus pais, professores e a mídia em geral tentaram me mostrar. Considero-me sim, além, mas apenas além do que vejo e do que vivo, e não das pessoas. E assim, deixando de lado minha confessada "profundidade" resolvi ficar no raso e entrar nessa brincadeira. Mas, a vida reserva surpresas e me peguei em absoluto estado meditativo em busca dessas 10 preciosas coisas que fazem toda diferença na minha existência. Enfim, o que parecia uma corrente tola, mostrou-se uma brincadeira reflexiva, que me comoveu e me fez chorar. 
Me permiti sair do óbvio e não coloquei pessoas, pois isso seria fácil demais, e aí, já é demais para mim. Mesmo que você não tenha um blog, faça isso sozinha é uma reflexão deliciosa!
Vamos lá...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Ele me deixou, e agora?


Li uma reportagem cujo título me soou entranho: "Dicas para deixar de gostar do ex". As dicas são ótimas, concordo com todas, mas não acredito que tenham esse poder. Mas não importa, pois deixar de gostar é questão de tempo, o mais importante é atravessar o fatídico momento pós-separação que pode ocorrer de inúmeras maneiras, e aqui vamos falar do terrível “ele me deixou”. Tem boas dicas para que você encontre uma mola no fundo desse poço e seja rapidamente jogada para o cima.
Então vamos lá! É para frente que se anda. Se acabou a relação, para que ficar lembrando das qualidades dele? Agarre-se aos defeitos. Esqueça que ele tinha uma paciência hercúlea quando você estava na TPM, e lembre-se que ele implicava com suas amigas e, ainda por cima, era  pão-duro. Fie-se nas coisas ruins até que você se sinta mais forte.  Bons momentos de uma vida a dois  só podem ser chamados de boas lembranças quando vivem em águas mornas, incapazes de desaguar no seu presente e que estejam de fato guardadas em um passado distante independentemente do tanto de tempo que passou.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Pedro, Inácio e Clara - minhas eternas crianças

Há alguns anos eles não esperam ansiosos o amanhecer do dia 12/10 para abrir o presente, e nem escolhem entre os brinquedos usados, um, para ser doado. Não me entregam aquele papelzinho com o nome (sempre escrito errado) do presente escolhido. Agora, sou eu quem aguardo ansiosa os "amanheceres" para receber como presente aquele abençoado barulho de chave na porta e os dois, sãos e salvos. "Obrigada Senhor". Posso dormir em paz. Minhas crianças se foram, mas espero que levem as poderosas poções de um tempo lúdico, leve como sopro, para que consigam ser adultos ternos consigo mesmo e com o mundo. Para mim, são crianças eternizadas que terão para sempre o colinho bom para deitar e se aconhegar, a mão incansável passeando em seus cabelos... O aconchego para quando a vida apertar. Um eterno ninho só nosso. Amo vocês meus eternos pequenos príncipes!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Mães e o divórcio de pai /filho

 Divorciar tornou-se simples, o que evita um sofrimento desnecessário em meio a tantos outros inevitáveis onde o maior deles são os filhos, que recebem a notícia como sentença de morte da família. 
Após dissipar a revolta que senti ao perceber o tempo perdido naquele casamento, e me perdoar por tamanha lassidão, voltei todos os meus esforços para os meus filhos. E com isso tirei várias lições que divido abaixo com as mães guerreiras, em relação a outro divórcio - o de pai/filho.
Preencher o rombo da ausência paterna na rotina dos filhos é uma tarefa indigna. Mães portam-se como pequenos deuses para "salvar" sua cria. E ambos adoecem. Não cubra esse “buraco” com presentes. Não o ensine a fugir da dor. Para superar é necessário enfrentar. Entregar seu filho nas mãos de uma psicóloga é a decisão mais inteligente. Não sei se é regra ou exceção (quero acreditar  na exceção), mas com o tempo, o pai vai se afastando dos filhos. Não tente buscá-lo, pois isso não é tarefa sua. Por mais que lhe doa ver seu filho sofrer, deixe que pai/filho resolvam essa questão. A relação pertence a eles. Não dê desculpas tipo: "seu pai ligou sim, mas você estava dormindo", "seu pai não veio te pegar porque está muito ocupado". Deixe que descubra o mais rápido possível que tipo de pai terá dali para frente. É duríssimo presenciar! Mas não há nada a se fazer. Enquanto o pai vai refazendo a vida, espreme o espaço dos filhos em sua vida. Não culpe a namorada, ou esposa... Ela não tem nada com isso, mesmo que tenha. Explico: se ela dificulta ou tenta impedir a aproximação e ele aceita, quem é o babaca? Ele é o pai, enquanto ela, bem, ela... é coadjuvante, e assim como você, também não foi convidada a "se meter" nessa relação.  Ambas, mãe e namorada ou madrasta, jamais devem portar-se como porta-voz do pai. Esse homem precisa se comportar como tal. E fim de papo.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Manipulação mata o amor

Relação de amor não sobrevive à manipulação. Mas convivem por aí mais tempo do que se imagina.Amor maduro, estruturado para resistir às inevitáveis reveses da vida,  carece de respeito. Manipulação é desrespeito. É  violar a liberdade e desumanizar a pessoa amada, que deixa de ser pessoa e torna-se  apenas objeto amado. É razoavelmente fácil o jogo de manipulação - elabora-se habilmente um arranjo,  ultilizando-se dose extra de egoísmo (pois o manipulador nunca leva em conta os outros) e tudo vale para  atingir a meta – mentiras, jogos de sedução, armações quase sempre ilimitadas. O risco é grande? Sim. Mas para quem está no comando, faz parte. Aqui, os fins justificam o meio. Afinal tudo é feito em nome do amor(?). A manipulação só ocorre em uma relação assimétrica, onde um ganha e outro perde, quando na realidade, ninguém ganha nada e a relação, mais dia menos dia, estará perdida. Amor que perdura nasce da simetria, das semelhanças que jamais serão igualdades. Difícil para quem é manipulado perceber que está submetido à manipulação, pois tudo é sutil e justificado como cuidado... E cuidado faz parte do amor não é? É.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Depressão


 Não sei como nem porque aconteceu. Aos poucos, eu que dormia como um anjo passei a dormir cada vez menos. Depois a novela de época exibida às 18hs que eu adorava, deixou de me interessar. Lia a biografia de Che Guevara sofregamente, fechei o livro na metade e não abri mais. Nada prendia minha atenção. Não ligava mais o som quando chegava do trabalho. A palavra concentração evaporou-se do meu vocabulário. Não tinha lugar, nem posição, nem sossego... Eu não cabia mais em mim. Tudo que comia me fazia mal. Parei de comer. Eram duas ou três maçãs ao dia. Repentinamente, eu, naturalista de carteirinha comecei a ir a médico quase diariamente. Sentia tudo de ruim, por dentro e por fora. Por dentro eu sublimei, e por fora me submetia a exames sem fim. E, nada. Quantas vezes saía de madrugada para ir ao hospital... Era uma tortura solitária e que me minava a conta gotas. Olhava para meus filhos com saúde, crescendo lindos, minha casa,  mesa farta, um amor novo que me enchia de felicidade, e tentava entender aquele sofrimento. Um dia não dormi, veio outro dia e não dormi também, chegou o terceiro e nada. Sentia um sono imenso, mas não desligava “algum botão” em mim. Telefonei para minha mãe, cedi ao comprimido de calmante que me trouxe (nunca havia tomado nada parecido, aliás, não tomava nem remédio para dor de cabeça). Acreditei que fosse desmaiar e dormir por 24hs. Não fez efeito... Às 6 da manhã cai num pranto que durou mais de cinco horas. Desse momento em diante a luz se apagou.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...