E lá se foi um ano inteiro.
Desarrumar gavetas do armário e da alma.
Desarrumar gavetas do armário e da alma.
Arrumar de novo.
Sorrir quando queria
chorar.
Chorar quando me
aprontei para sorrir.
Mas também sorri
querendo sorrir e chorei querendo chorar.
Senti o chão abrir
sob meus pés. Vivi silêncios dolorosos.
Dormi sorrindo. Dormi
chorando.
Muitas vezes a terra
tremeu.
Viajei entre
incertezas e dúvidas, entre conceitos de certo e errado.
Entre razão e emoção.
Perdi-me em estradas
de chão, encontrei paisagens e pôr do sol.
Tomei café da manhã no
meio do mato.
Saí de madrugada sob
a chuva.
Perdi-me de mim, para
encontrar-me em seguida.
Perdoei. Certamente,
fui perdoada.
Fiz escolhas. Com
elas sonhei e deixei de sonhar.
Com elas suspirei,
sorri, e aprendi. Nossa! Como aprendi.
Vivi intensamente, pois
só sei viver assim.
Pulei do 13º andar de
costas, sem paraquedas. Pouso incerto, mas valeu a vista lá do alto.
Nenhum
arrependimento. Nada foi em vão. Nem mesmo os dias ruins.
Gostaria que alguns
dedos não se soltassem dos meus. Gostaria de não ser privada de alguns
sorrisos. Gostaria de voltar a muitos lugares.
Ninguém conhece o que
virá.
Mas ninguém roubará
de mim, nem de você e nem de ninguém o que vivemos em 2016.
E que venha 2017!