Somos todos prisioneiros.
Dos nossos olhos que teimam insistir em um
mesmo olhar, sempre voltados para os mesmos lugares, pessoas e situações.
Dos conceitos que formamos,
daqueles que aprendemos e que nunca concordamos, mas tivemos que acatar para
sermos aceitos.
Das nossas dúvidas que nos
paralisam, seja em um simples - "viajo ou troco de carro", quanto em
um "vou para sempre ou tento mais uma vez".
O hábito nos rouba o frescor.
Fazemos o mesmo trajeto para o trabalho e nem percebemos mais a paisagem. Desejamos os mesmos "bom dia" para as mesmas pessoas e não sabemos a
cor dos seus olhos.
A rotina endurece os sentidos e
esquecemos a paz que envolve o simples ato de olhar o outro dormir, a delícia
que é o cheiro de café fresco que ele faz enquanto você se espreguiça sem
pressa.
O medo enjaula os sonhos, mas,
não tem o poder de matar as possibilidades. Ainda bem!
O passado atormenta, seja
pela saudade do que foi bom, seja pelo receio de voltar a sentir dor. É preciso lucidez para analisar que se foi bom, pode voltar a ser, mesmo que seja ao lado
de outra pessoa em outro lugar. Difícil acreditar que aquilo que doeu, não
precisa doer outra vez, bastando para isso desviar daquele caminho e apostar
em "outra frente."
O futuro inquieta pela
expectativa do que virá. Virá o que você buscar.
O presente nos engessa justamente
pelas possibilidades de mudanças que nos acenam sem trégua e pelos riscos que
as envolve, mas... Se esperar tempo demais se perde coisas e
pessoas. Mas qual é o tempo certo? Prisioneiros, sabotamos o tempo e muitas vezes perdemos a chance.
A maior prisão de todas é deixar
de viver. Deixar de viver não é morrer, é ficar sem querer ficar, é estar não
estando mais.
"Um homem não pode
entrar duas vezes num mesmo rio, porque na segunda vez em que entrar, o homem
já não é o mesmo, e o rio também não”.
É um risco arriscar-se, mas, é um
risco maior não arriscar-se.
Liberte-se!