Ontem
assisti a entrevista de Marília Gabriela com uma sexóloga que defende o tal do poliamor, como uma nova forma
de relacionamento. A meu ver uma invencionice, uma tentativa de camuflar as
dificuldades inerentes aos relacionamentos, justificando que isso ocorre porque
quem ama idealiza o parceiro, o que leva à frustração e conseqüentemente ao fim
das relações. Simplista demais! E quem ama vários parceiros não idealiza mais
ainda? Achei tudo péssimo!
Sem fundamento nenhum, um total chamamento à falta
de comprometimento, ao se defender que na impossibilidade de um parceiro
"completar" o outro, podem e devem buscar essa completude em outros
parceiros. Como assim?
Na
vida você já cresce ouvindo que precisa escolher que presente quer ganhar de
natal, que tema quer para enfeitar sua festa de aniversário, para quem vai dar
o primeiro pedaço do bolo. Você é educado sabendo que ninguém pode ter tudo.
Que para passar no vestibular, terá que deixar de ir à balada. Que para ganhar
o carro, precisa antes passar no vestibular. E que ao optar por beber, precisará deixar
o carro em casa. Aí, lançam uma idéia de que você poderá ter vários amores,
porque enquanto um vai conversar com você sobre literatura, o outro fará com
você uma maratona na cama, e outro vai cozinhar maravilhas para você saborear...
Me poupe! Isso é ridículo!
Quem
quer ter uma relação aberta, e tem esse código estabelecido com o parceiro,
merece respeito, afinal cada um deve saber de si. Mas dizer que isso é uma nova
forma de relacionamento é um desrespeito a inteligência e uma falta absoluta de
assunto! Isso é apenas uma tentativa de "legalizar" a famosa
traição. Nada mais. E para que? Para acabar com a hipocrisia dos que fingem ser
fiéis e não são? Isso é utópico. Traição nunca vai deixar de existir. Quem
adotar essa tal de poliamor vai conseguir negociar com 2 ou 3 parceiros, mas e
com o 4ª, 5ª, 6ª? Ou todos vão acatar essa "novíssima" forma de
relacionamento? Claro que não! Esses, serão traídos.
Poderiam
ter utilizado o espaço de um programa de alto nível para discutir a construção
da usina de Belo Monte ou as uniões homo afetivas ou as posições do Kama sutra,
mas ficar por uma hora falando sobre poliamor
como sendo uma "nova" forma de relacionamentos, foi aviltante...