Lendo Nanda Botelho http://multiplasrealidades.blogspot.com/, pensei sobre a mentira, verbo
intransitivo, não depende de nada para existir, seu sentido é completo e
destruidor. Concordo 100% com sua citação sobre a mentira, traição e
deslealdade nos relacionamentos a dois: "Dizer
a verdade às vezes implica em perdas, então preferimos omitir detalhes
importantes para o outro, e vivermos uma falsa liberdade. Para a verdade é
preciso maturidade e coragem de perder. Mas acho que vale a pena vivê-la. Há
dor, porém, ela é aguda e não crônica como na mentira."
A dor da mentira é de fato crônica, persistente, percebo-a
fina, como se uma agulha longa entrasse e saísse em movimentos lentos,
perfurando a carne sem pressa, dia a dia. Já a dor da verdade é aguda, uma
punhalada só, fatal. Ambas derrubam, mas a primeira dilacera antes, e estando
aos pedaços é mais difícil levantar. A mentira priva dos fatos, envolve em uma teia enorme e, o
benefício da dúvida no qual o parceiro se deleita covardemente, imobiliza o
outro. Ou, quase imobiliza. Preso e perdido, sentindo culpa, frio, falta,
tristeza a “vítima” busca desesperadamente motivos que justifiquem as mudanças
de comportamento, atitude, sentimento, postura do parceiro, enquanto esse segue
apresentando um mix de pequenas coisas que jamais teriam força suficiente para
jogar pela janela uma relação. E,
enquanto segue destruindo provas - apagando mensagens do celular, histórico do
computador, criando novos emails, trocando chips do telefone, enfim, tecendo
cuidadosamente a sua mentira, o outro, bem intencionado, segue sua luta para
descobrir porquês e salvar a relação. E,
acaba por creditar as tamanhas transformações do seu parceiro em variadas
situações cotidianas que o deixaram frágil e sofrido (aquele “mix” que ele
jogou e você comprou). Passa então, a culpar si mesmo, a família, aos filhos, a
falta de dinheiro, aos vizinhos, ao sol que não apareceu. E, inicia um cansativo processo de
reorganização na esperança de que ele volte a ser como antes – marca consulta
médica (porque tudo pode ser resultado de uma depressão), troca o quarto, muda
de casa, mata o vizinho, faz cirurgia plástica, pede ao sol que não se ponha
tão cedo. Mas eis que um dia surge a verdade! As
justificativas foram buscadas nos lugares errados... Como naquela brincadeira
infantil: "não é por aí... tá longe, tá frio", mas o coração ignorou,
e continuou a peregrinação, punindo a si e ao mundo para proteger o parceiro
daquela confusão mental cruel e dolorosa que o acometeu repentinamente (e que
de repentina não tinha nada!). Enquanto isso, o outro seguia alheio àquela
busca sofrida por respostas, e continuava mantendo o parceiro preso à
teia. O tempo todo ele tinha a resposta, mas só deu ao outro
justificativas de mentira.
"Tá quente, esquentou mais, tá perto, tá quase,
queimou”... Enfim, a verdade.
E ela queimou! Mas libertou. E finalmente acabou a busca. Hora de descansar.
A dor da mentira é de fato crônica, persistente, percebo-a fina, como se uma agulha longa entrasse e saísse em movimentos lentos, perfurando a carne sem pressa, dia a dia. Já a dor da verdade é aguda, uma punhalada só, fatal. Ambas derrubam, mas a primeira dilacera antes, e estando aos pedaços é mais difícil levantar. A mentira priva dos fatos, envolve em uma teia enorme e, o benefício da dúvida no qual o parceiro se deleita covardemente, imobiliza o outro. Ou, quase imobiliza. Preso e perdido, sentindo culpa, frio, falta, tristeza a “vítima” busca desesperadamente motivos que justifiquem as mudanças de comportamento, atitude, sentimento, postura do parceiro, enquanto esse segue apresentando um mix de pequenas coisas que jamais teriam força suficiente para jogar pela janela uma relação. E, enquanto segue destruindo provas - apagando mensagens do celular, histórico do computador, criando novos emails, trocando chips do telefone, enfim, tecendo cuidadosamente a sua mentira, o outro, bem intencionado, segue sua luta para descobrir porquês e salvar a relação. E, acaba por creditar as tamanhas transformações do seu parceiro em variadas situações cotidianas que o deixaram frágil e sofrido (aquele “mix” que ele jogou e você comprou). Passa então, a culpar si mesmo, a família, aos filhos, a falta de dinheiro, aos vizinhos, ao sol que não apareceu. E, inicia um cansativo processo de reorganização na esperança de que ele volte a ser como antes – marca consulta médica (porque tudo pode ser resultado de uma depressão), troca o quarto, muda de casa, mata o vizinho, faz cirurgia plástica, pede ao sol que não se ponha tão cedo. Mas eis que um dia surge a verdade! As justificativas foram buscadas nos lugares errados... Como naquela brincadeira infantil: "não é por aí... tá longe, tá frio", mas o coração ignorou, e continuou a peregrinação, punindo a si e ao mundo para proteger o parceiro daquela confusão mental cruel e dolorosa que o acometeu repentinamente (e que de repentina não tinha nada!). Enquanto isso, o outro seguia alheio àquela busca sofrida por respostas, e continuava mantendo o parceiro preso à teia. O tempo todo ele tinha a resposta, mas só deu ao outro justificativas de mentira.
"Tá quente, esquentou mais, tá perto, tá quase,
queimou”... Enfim, a verdade.
E ela queimou! Mas libertou. E finalmente acabou a busca. Hora de descansar.