E por um tempo foi
assim. Um amor distante e radiante, cheio de poesia, e declarações. Promessas. Encantos. Desejos. Massinhas azuis e amarelas.
Um dia, antes mesmo de ver-te, percebi que deixaste de me olhar. E não mais achei-me nos
olhos teus. Foi o amor que acabou? Não... Quando é amor não acaba. Então, não era
amor? Nem eu, nem tu sabíamos explicar. Acho que era apenas insegurança. Tu
ainda me olhava, eu ainda me encontrava em teus olhos. Mas eu sempre desconfio, e sincera, te
confesso isso. Temo que meu coração bata no muro ao dobrar a
esquina. Ainda assim, pego estrada. Às cegas? Talvez... pode ser que eu
entre em becos sem saída? Talvez... mas depois dou um jeito de sair voando. Meu
medo construiu muros que pensavam ter o poder de me prender, e eu, decidi pulá-los
para ver o que tem do outro lado. E assim, pego a estrada.
Certezas não existem. Vou então, ser fiel a mim e viver a minha verdade, pois o resto é apenas ilusão. Aprendi com você. E assim, pego a estrada.
Relacionamentos a dois são como um acidente em
que se sobrevive: você sai cheio de cicatrizes e fica assustado, e tenta se
resguardar, com medo de que da próxima vez não saia viva. Mas não estou
mais em busca de uma “próxima vez”. Pego a estrada com a sensação de que estou
indo ao encontro (e/ou de encontro?) a uma primeira vez. E assim, pego a estrada.