Achei essa reportagem muito interessante, e mesmo sob outra abordagem, reforça a importância, sempre evidenciada no blog, de se repensar os relacionamentos. Divido com vocês, parte dela, e cito o autor no fim da reportagem.
"Síndrome do Coração Partido é uma doença que tem chamado a atenção de
especialistas e esta relacionada diretamente ao estado afetivo das pessoas em
relação ao sentimento do amor. Isso quer dizer que a expressão popular “morrer
de amor” nunca foi tão real, o que tem despertado o interesse da ciência para
explicar casos de infarto e outras complicações cardíacas causadas pelo
sofrimento de uma relação amorosa mal acabada ou não correspondida. O nome técnico é Cardiomiopatia de Takotsubo. Dois
terços dos pacientes são mulheres na faixa pós- menopausa, que passam por
eventos fortemente emocionais ou por grande estresse físico. Os sintomas são
praticamente os mesmos de um ataque cardíaco.
Qual é a extensão dos danos que, por exemplo, o
estresse provocado por uma notícia indesejada como o rompimento inesperado de
um namoro, noivado ou matrimônio pode causar para uma pessoa? Considerando que o amor é um tema extremamente
presente em nossas vidas e que a temática dos relacionamentos amorosos é uma de
suas áreas mais importantes, o fim de um romance pode fazer sim o coração
sofrer e debilitá-lo de tal forma, que pode ser confundida com um ataque
cardíaco. E não há nada de poético nisso. Trata-se da Síndrome do Coração
Partido, que difere de um ataque cardíaco porque nela os pacientes se
recuperaram plenamente e, não sofrem danos duradouros no músculo cardíaco. A Síndrome do Coração Partido é uma metáfora
exagerada e bastante utilizada para ilustrar a sensação de uma decepção amorosa
real, comum aos relacionamentos interpessoais amorosos infelizes. Inicialmente
foi descrita em orientais, no início dos anos 90, como uma nova síndrome
cardíaca, caracterizada por uma disfunção ventricular esquerda transitória,
tipicamente com aspecto de armadilha para pegar polvo (em japonês, Tako-tsubo)
porque suas imagens, quando realizado o cateterismo cardíaco, assemelham-se às
armadilhas usadas pelos pescadores locais para apanhar polvos (Satoh, Tateishi
& Uchida, 1990).
Desde então, na literatura científica, aparece associada
a situações de estresse físico ou emocional, na qual, eventos estressantes
precedem e parecem desencadear o início de infarto agudo do miocárdio (Bunker
et al, 2003; Dote et al., 1991; Kurisu et al. 2002; Mesquita & Nóbrega,
2005; Strike & Steptoe, 2005).
Contudo, este quadro não se restringe simplesmente
aos relacionamentos amorosos que deixam nefastas conseqüências. Há outros desencadeadores
para a Síndrome do Coração Partido, donde se percebe que o denominador comum é
o súbito estresse provocado por uma perda juntamente com a incapacidade de
elaborar o luto para seus acometidos (Mesquita & Nóbrega, 2005; Wittstein
et al, 2005).
Atualmente, não há nenhuma forma adequada para o
tratamento desta patologia, embora se recomende tratamento, ainda que de curto
prazo para debelar os sintomas e as causas. O que há disponível em relação à
parte médica são tratamentos que dão suporte ao coração por meio de
medicamentos que reduzem o trabalho do mesmo. Algo muito importante na área
médica é o acesso à informação.
Um comentário:
Quer um testemunho? Já passei por isso e sobrevivi.Tinha uma situação de luto e, ao mesmo tempo, uma situação de perda. Deu a síndrome e o infarto, 3 dias numa UTI coronariana, o mundo da´piruetas na sua cabeça. Hoje, passado o tempo, sobrou o ventrículo esquerdo avariado e a certeza de q sofrer por amor não vale à pena. Bom mesmo é viver...
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