O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Como reles ratinhos de laboratório

 
Há uma enorme discussão sobre a ética das pesquisas científicas realizadas com animais. Eu já li muito a respeito e, ao final de cada novo artigo,  reitero a certeza de que sou terminantemente contra. Segundo Maquiavel os fins justificam os meios. Eu sei. No meu mundo idealizado, nunca é assim. Mas no mundo em que vivo, é. Então, que os meios, pelo menos, não sejam a qualidade de vida dos seres vivos. Se me revolto com o destino desses animais, que dirá sobre os seres humanos que são submetidos a algum tipo de experimento, sem que, sequer, tenham dado consentimento para tal. Pois é, mas isso existe.
Há pessoas que participam das redes sociais na internet em busca de "ratinhos" para fazer experimentos. Verdade... É de graça e nem demanda tanto esforço. Não precisa sedação, nem nenhum tipo de procedimento, digamos, paralisante. Basta uma boa retórica, aquela precisa manipulação - alguns "você é a alma que eu busquei a vida toda", outros "eu te amo", e um tanto de "será para sempre". Pronto! Tornou-se objeto daquela pesquisa. Pesquisa sem ética não é pesquisa séria. Ética visa discernir entre bem e mal - "Como assim? Bem? Mal? O bem é aquilo que me atente." Pois... É sob essa base que se dá seguimento ao experimento. De qualquer forma, não há ratinhos prisioneiros, justiça seja feita, mas ainda assim, eles nem imaginam que seu embarque será para um laboratório e não para o prometido conto de fadas; e nem que o príncipe, nada mais é do que um "experimentador".
De início nenhuma atrocidade é cometida.  Enquanto o metódico pesquisador estuda seu novo "objeto", esse segue se acreditando amado. E, sentindo-se feliz, não atrapalha os experimentos, ao contrário, até colabora. 
Quanto maior a diversidade, mais preciso será o estudo - idade? Dos 18 aos 60 (pois menor, prefiro crer que não entra). Negra, branca, baixa, alta, magra, gorda, bonita, feia. Tudo é válido. A abordagem sociológica, através dos seus conceitos, teorias e métodos, é para o estudioso em questão, um excelente instrumento de compreensão das situações  cotidianas e das suas múltiplas relações sociais. Enfim, aqui conta-se onde essa nasceu, como vive, onde mora, qual seu nível intelectual, sua visão de mundo, sua visão religiosa, seus anseios, etc. Aí, segue-se a abordagem fisiológica, anatômica, motora, biomecânica. Tudo serve como objeto de estudo - desempenho e preferências sexuais,  tipo de culinária, gosto musical, conhecimentos gerais. Emocionalmente falando - capacidade de suportar pressões, isolamentos, atitudes inexplicáveis. São testados diversos tipos de resistência. Aos poucos percebe-se a tortura. E descobre-se a farsa. Não era uma relação, era uma pesquisa. Você não é uma pessoa especial, em breve será apenas uma estatística. E vem à tona atos de verdadeiras atrocidades cometidas em todo o processo - mentiras, manipulações, pressões, distorções, jogos de sedução; promessas de amor e planos de um belo futuro, feito concomitantemente àquelas que se acreditavam amadas, respeitadas, humanas e ainda por cima, únicas... E que não passavam de reles ratinhos de laboratório!
O investigador não considera o quanto causa de dor e angústia, não compreende que é moralmente responsável. Fala sobre sentimentos, amor, sonhos enquanto emprega métodos estatísticos, de observação empírica e até de um ceticismo. É sádico. Deleita-se com a dor causada em seus ratinhos. Não basta só catalogar seus experimentos, é preciso causar sofrimento.
São abusos como aqueles cometidos contra prisioneiros nos campos de concentração durante a 2ª Guerra Mundial. Abuso em todos os sentidos. Sem saber você fez parte de um trabalho experimental. Tornou-se mentalmente e emocionalmente presa. Perdendo tempo e vida. Acreditando em algo que nunca existiu. É uma subordinação ilusoriamente concedida. Uma crueldade sem limites. Uma tortura.
O bom é que, nesse caso, há salvação e libertação, diferentemente dos ratinhos, cujo final é sempre o mesmo... Desanimada, constato que a indignidade, a imoralidade e a insensibilidade empregada em ambos os casos, é a mesma.
 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Amantes - algumas meras considerações

Amante. Soa como palavrão. Uma ofensa. Um desacato a moral.
"Burra!" "Feia!" "Idiota!" "Amante!"
Um xingamento. Ocupar o papel de amante é assinar sua exclusão social. Ainda no sec. XXI é assim que funciona. Mente quem diz que não. Enquanto tudo corre sob absoluto sigilo, tudo bem. Mas um dia a casa cai, e aí, a moça boa, do bem e de bem, passa a ser a vagabunda. Uma sentença. A traidora sem caráter. Mas e o contexto? Será que desempenhar esse papel é uma escolha? Ou falta dela? "Destruidora de lar." "Messalina." "Prostituta."
 "Mas ela sempre foi uma boa pessoa, séria, bem criada."
E deixou de ser tudo isso?  Ao se sujeitar a ocupar o humilhante lugar de amante, esvai-se todos os méritos e qualidades? É injusto. Já basta a injustiça que essa a situação lhe impõe. Amante vive à margem. É "a outra". A filial. A 2ª opção. De sujeito a objeto. Despersonificou - aquela que era a fulana, virou simplesmente, a amante do fulano.
"Mas ele me ama."
"Se amasse estaria ao seu lado."
É simples assim? Creio que não. Mas complicado ou não, o fato é que é exatamente desse jeito. A esposa reina, a amante vive no porão. Quando pode ele liga. Quando pode ele vai te ver. A prioridade é o cônjuge. É ela que merece todo o cuidado, mesmo que só você tenha aquelas noites regadas a pétalas de rosas (que por sinal não passam de noites regadas a pétalas de rosas...). A amante sabe o lugar que ocupa, está lá porque quer. Nada de lamúrias.
"Mas o tempo está passando e você disse que se separaria."
"Minha esposa ainda precisa de mim. Meus filhos também. E ainda tem o cachorro e só eu passeio com ele." (Até o cachorro).
"Mas você sabe que é a você que eu amo, é com você que quero viver até o fim da minha vida, confie em mim, tudo vai dar certo."
 E você confia. Afinal ele parece realmente sofrer com a situação. "Ele me ama". Pode até amar mas é com a esposa, com os filhos e com o cachorro que ele passa todas as datas festivas. Então tá, ele te ama. Mas amar é tudo? Se é, não deveria ser. E ainda que seja, até isso é relativo.
Há diversos tipos de amantes. As que têm, como diziam antigamente, "casa montada", as "teúdas e manteúdas" que eram respeitadas como a 2ª esposa, tinham filhos e mereciam deferências dos empregados, amigos e até dos próprios familiares do "amo".
Há aquele tipo mais moderninho, que é simplesmente "a outra". Nenhum vínculo financeiro, muito menos familiar, nem com amigos. Aliás é tudo segredo absoluto. Você é um ser inexistente no universo dele. E aos poucos torna-se uma sombra. Não tem um ninho. O amor é reduzido a motéis. Tudo impessoal. Fugaz como seu objeto do "amor".
E ainda há aquelas que fazem parte de uma "sociedade" - todas são amantes do mesmo homem que troca de mulher como troca de roupa. Rodízio de carne, geralmente de primeira. No início você crê ser única. Rapidamente se sabe sócia, e permanece quem quer. Sem julgamentos. Importa é ser feliz. E dá para ser feliz? Deve dar né? Então tá.
Só acho que não dá para se enganar. Homem casado quando quer se separar, separa. Sem essa de culpa, de medo, de pressão social. Essas coisas já fazem parte do perfil, ou do temperamento, ou do meio. Uns se separam, enquanto outros, jamais o farão. E aí você fica chata... cobra... chora... e quando percebe, tornou-se uma outra esposa! Só que sem vínculos reais. Não tem filhos e nem o cachorro. E aí ele vai arrumar outra que se porte como amante, que não crie expectativas, que não perturbe, que não pressione.
Homem que tem amante nem sempre é um homem tipicamente infiel. Mulher que é amante, nem sempre é uma mulher "vadia". Há todo um entorno. Mas uma coisa é indiscutível. Há homens que serão sempre infiéis. Há quem encare bem estar ao lado de um desses. Ok.
Já vi muita coisa. Vi um homem que realmente tinha a esposa doente e optou, em um ato de solidariedade, por aguardar um tempo antes de se separar, e depois pôde viver uma relação de verdade com aquela que um dia foi "a outra". Vi outro, debaixo do meu nariz, que manteve uma amante por 15 anos e que jamais largaria a mulher, devido a posição social de chefe de família ao lado da esposa e filhos, ocorre que essa o largou, e ele, pode, então, assumir a amante. Sorte dessa, pois estaria condenada a ser amante por toda a eternidade, caso a esposa não "chutasse" o traseiro do marido. (Na minha opinião, nesse caso particularmente, foi azar dela). E ela hoje é a matriz e ele continua com uma dúzia de filiais... Enfim, há aqueles casados que juram que  ele e a esposa, são apenas bons amigos que moram sob o mesmo teto,  e que não mantêm relações sexuais há mais de 7 anos. E aí, você acredita. E aí, descobre que é uma grande mentira. E aí, ele vai negar, claro! E te convencer, claro! Porque não precisa nem gastar bons argumentos quando a obsessão da amante é tornar-se esposa a qualquer custo, afinal você um dia prometeu que seria assim.
"Mas eu não quero prejudicar a relação do casal, não suporto a ideia de destruir uma família, mas ele me prometeu isso, isso, isso................. "
Enfim, a história é a mesma. Sempre. Independente de credo, cor, raça e posição social. Não quer destruir a família? Então cai fora! Não que eu acredite que uma amante tenha o poder de destruir uma família, até porque um homem que mantém amantes, para mim, já destruiu o conceito que eu tenho de família. Mas, ainda assim, você estará de coadjuvante em uma montagem paralela, sabotando a realidade. Se você aceita bem essa função, então, está tudo em seus devidos lugares, mas caso contrário, encare a realidade e saia recolhendo suas frustrações, e diga-lhe  que quando ele tiver finalmente decidido a vida dele, tudo se resolverá entre vocês. Se ele te ama, fará isso correndo... Mas geralmente não é assim... Sabe porque não é assim? Porque se você sair de cena, sabe que outra vai entrar, porque a estrutura, a família, a segurança ele já tem ao lado da esposa, e o que ele precisa mesmo é apenas de um bom estepe.
Enfim, "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é."
 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Esclarecendo

Um amigo me enviou hoje cedo um e-mail me questionando sobre o porque eu postara, novamente, o texto "Aos meus leitores" onde avisava que afastaria do blog por um período. Sinceramente não sei o que houve com esse feedburner, porque eu não (re)postei texto algum. O que aconteceu, ontem, foi que eu precisei retirar um texto do blog porque recebi um comentário super devido, hiper bem vindo, mega esclarecedor, e (coisa rara) assinado! Ou seja, de gente do jeitinho que eu gosto - que é frontal, que assume o que faz, que mostra a que veio. Bom, ainda assim (ou talvez por isso) o comentário, que citava nome e profissão, deu "BO" em menos de duas horas. E, mais uma vez, eu fui perturbada por conta isso. E pior, não pelo ser que fora citado no comentário, e sim pelos seus súditos, ou melhor dizendo, súditas. Como não quero mais nada que me atrase a vida, avisei a autora do comentário através do e-mail que lá estava, que retiraria suas perfeitas considerações ao meu texto, e, infelizmente, tive que retirar também o texto (que vou repostar), já que não sei lidar direito com o tal do IntenseDebate e não consegui deletar somente o comentário. E aí, não sei porque, o blogger entendeu que eu estaria postando novamente o texto anterior a esse que fora deletado. Enfim, NÃO vou deixar de escrever no blog, ando postando menos por absoluta falta de tempo... Os motivos que antes me impulsionaram a "sair de cena" viraram poeira, apesar de que deixaram temas que me inspiram, um deles é sobre o arrependimento. Uma vez eu escrevi:
"Até mesmo frente ao destino não escaparemos da máxima "cada escolha, uma renúncia". O grande engano é tentar definir o que é necessário. Necessário é o que não pode deixar de ser. Contingente é irrelevante. Nasce daí o sofrimento... Entendendo que tudo é necessário é possível seguir em paz. Quando você diz "cometi aquele erro, porque eu não poderia fazer diferente naquele momento", você afirma a perfeição de todas as coisas e dá-se a redenção suprema do erro, você transcende ao compreender que o erro não deixará de ser erro, mas é o seu caminho para a perfeição."
E ao reler lembrei que é exatamente isso... Aceitar certas intempéries que tendemos a considerar inaceitáveis é o único caminho para a paz. Todos erramos e isso faz parte do aprendizado. E aqueles que erram e não aprendem, graças a Deus fazem parte da minoria inconsciente. Quem não tem consciência é incapaz de evoluir. Ouvi a vida inteira na doutrina Espírita que nenhuma pessoa involui(e acredito), mas há esses seres sem consciência que desperdiçam uma existência inteira, por que são incapazes de reconhecer para crescer. É isso, evolução pede aceitação e reconhecimento, mas quem não desenvolveu consciência, como reconhecer algo? A esses, minhas condolências e votos de uma outra encarnação mais produtiva, afinal, o processo evolutivo do qual fazemos parte pode ser atrasado até mesmo por uma pequena formiga, então, resta-nos torcer para que todos se esforcem para cumprir seu caminho, porque dele depende toda a evolução planetária.
Enfim, aos que se justificam dizendo que o meio social é fator determinante na formação do caráter serei simplista e até piegas ao lembrar onde nasce a Flor de Lótus. Por mais difícil que seja, sempre é possível quando há empenho a ser mais do que um simples produto do meio.  Nenhum de nós está pronto, somos seres inacabados. Preponderante jamais será determinante, salvo  por conveniência. 
Bom, então, mais uma vez, peço desculpas a você Adriana, e agora em "público", por ter sido forçada a retirar o seu comentário, que como citamos, era um serviço de utilidade pública. Mas ainda assim, como nada é por acaso, tudo serviu para que você trouxesse até mim, a luz que eu buscava há um ano. Outra vez, reitero minha gratidão a você. E, vamos sempre lembrar que tudo foi necessário, e seguir com o coração leve e em paz.
 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Meu ideal é ser feliz

Hoje tive a sensação de que não sei amar. Uma parte de mim já chegou a acreditar naquele amor sem explicação - onde ama-se e ponto final. Um sentimento que dispensa lógica. Inerente a qualquer fator externo. Independente da dor. Distante da razão. Um amor de contos de fadas. Um ideal que todos, um dia, acalentamos. Mas aí você ama e se magoa e ama novamente e se magoa novamente e aquele ideal vai se desfazendo.
Eu cresci em um ambiente onde amor era sinônimo de dor, traição e abandono. A primeira relação a dois a que fui apresentada me deixou a certeza de que, eu só me permitiria amar se pudesse ser feliz, caso contrário, seguiria sozinha, forte e segura como sempre fui. Enfim, racionalizei o amor muito cedo, ainda que uma parte de mim o idealizasse.
Descobri imensa verdade em um frase que li:  Um amor vai curando o outro, até que a gente encontre um que não machuque, que não maltrate, e que não deixe o próximo existir. Acredito nisso. Não amamos uma só vez. Pelo menos eu não. Amamos mil vezes até que descobrimos um amor que nos faz feliz e será esse que ficará eternamente, ou... Enquanto durar. Depois de muitos erros, para mim, hoje, funciona assim.
Meu amor é narcísico, egoísta, mesquinho. É estranho constatar isso. Não sei amar incondicionalmente. Só amo quem me faz feliz. Porque dependo disso para cumprir minhas muitas missões. Não posso correr o risco de ferir a eternidade com minha falta de paz. Preciso de tranquilidade para amar bonito. Sou egoísta. Gosto daquele amor que vem na minha casa fazer sopa para mim porque estou com febre, que me leva e busca no trabalho porque deixei o carro na oficina, que levanta mil vezes à noite para buscar água porque estou com sede, que mede minha febre a madrugada inteira, que me liga quando saio de sua casa para saber se cheguei bem.
Eu também sei amar. Não preciso que ele seja belo, perfeito, culto, nada... Nada disso me importa. Não temo seus problemas. Lutarei sempre ao lado daquele me faz feliz, com todas as armas e independente de todos os seus defeitos, falhas e temores. Defendo-o, acolho-o, protejo-o. Mas ele precisa me fazer feliz, caso contrário meu amor falece. Preciso de amor bom, leve, terno. Eu gosto de ser feliz. Prefiro luz à sombra. Gosto de vida suave, talvez para compensar minha mente pesada de tanto pensar. Para viver é preciso ilusão, e cada um tem a sua. Eu não preciso da ilusão do amor. Minha ilusão é pela felicidade.
Enfim, hoje eu tenho "a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta..." Sou feliz e quero que todo mundo seja muito, muito, muito feliz. E que, cada um: "cuide bem do seu amor, seja quem for..."

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Encerrando mais um ciclo

Dia 28 de agosto faz um ano e, como gosto de fechar ciclos anuais, encerro mais um.
Era uma segunda feira, meio-dia quando desci na rodoviária do RJ. Peguei o metrô que me deixou exatamente dentro daquele shopping desconhecido, não era o Rio Sul, nem Fashion Mall, nem o Barra Shopping, mas era excelente. Rio de janeiro para mim limitava-se à Zona Sul - Copacabana/Ipanema, sequer imaginava para que lado ficava Zona Norte, não saberia como chegar lá de carro, e então, pela primeira vez enfrentava a rodoviária do Rio, ônibus e metrô. Estava apavorada! Uma amiga vez um "guia" com nomes das estações de metrô. Ridículo! Mas compreensível em se tratando de uma interiorana que, apesar de acostumada ao Rio, só pegava estrada de carro e rumo à Copacabana. Cheguei ao shopping às 13hs, e teria que esperar até às 18hs, não gosto de ver vitrines, mas tinha uma boa livraria, e ainda assisti O Ditador, uma excelente comédia que estreava nos cinemas.  Na hora marcada, com uma pontualidade militar (literalmente), eu entrava no carro. Levava comigo uma pequena mala de mão, afinal, eu ainda não havia entendido direito o tempo que teria - se seriam algumas horas ou uma noite inteira. Às 22hs fui deixada cuidadosamente dentro de um táxi, no estacionamento do shopping. Frustrada, confesso, afinal foram 5hs de estrada contra apenas quase 4hs de chão firme. Decidi que não rumaria para minha sobrinha, em Copacabana. Fui para rodoviária, e, como só tinha ônibus à meia noite, lá estava eu - novamente na rodoviária do Rio, e...à meia noite! Cheguei em casa quando amanhecia o dia, não havia táxi, acordei meu filho que me buscou. Passei um email avisando que chegara, apesar de que não tinha nenhum  perguntando sobre isso.
Retornei dentro de uma semana. Era véspera de feriado, fui de carona com uma amiga da minha mãe que, a meu pedido, pegou a linha amarela ao invés da vermelha para me deixar, dessa vez, em um estacionamento de uma hiper loja. Cheguei 10 minutos antes da hora marcada e, mais uma vez, nem um segundo de atraso. Não levei nada dessa vez, já não havia mais o temor pela rodoviária do Rio, e eu retornaria no mesmo ônibus, à meia noite. Esse dia não fui deixada cuidadosamente dentro de um táxi, pelo contrário, apresentou-me uma fila onde dezenas de pessoas aguardavam a sorte de um táxi, e se foi sem olhar para trás e sem se preocupar em ligar para saber se eu conseguira chegar na rodoviária. Fiquei aos prantos. Apavorada com aquela multidão que se aglutinava. Imaginei se meus filhos ou meu pai me vissem naquela situação... Transcorreu quase duas horas quando, finalmente, entrei em um táxi. O motorista me perguntou se eu já estava de porte da passagem, e só aí me dei conta de que sendo véspera de feriado, possivelmente não conseguiria... E não consegui. Fui então, rumo a Copacabana, um trânsito infernal, a cada engarrafamento eu chorava mais enquanto olhava aquele ir e vir frenético das pessoas. Para onde será que iam? Muito tempo depois parava no apartamento da minha sobrinha sem saber que ela tinha ido passar o feriado na minha cidade. E agora? Eu sentia frio, fome, medo. Ela ligou para vizinha que tinha chave reserva e eu pude entrar. Não dormi. Só chorei. No dia seguinte foi  outra batalha para conseguir táxi para rodoviária. Saí de casa às 7hs e quando cheguei lá já passava das 13hs. Ruas fechadas para o desfile e, novamente, um trânsito terrível. Fiquei preocupada em dar-lhe notícia, e enquanto aguardava o ônibus, entrei no meu email. Não tinha mensagem. E nenhuma preocupação comigo - se cheguei, quando chequei, enfim...
Voltei ao Rio depois de 8 dias, novamente de ônibus, cheguei mais tarde, já começava a "pegar o jeito", e só aguardei durante 2 hs,  no mesmo shopping. Pontualidade de sempre. E quase 4hs depois, eu descia no estacionamento daquela grande loja para pegar o táxi. No carro tocava Roupa Nova e combinamos o outro encontro para início de outubro. Dali, segui para o Galeão para esperar minha irmã que deveria chegar às 23hs e só desembarcou às 3 da madrugada. Eu estava exausta! Mas estava feliz. Já tinha entendido as regras, não tinha mais lugar para frustração. Ficaria mais dois dias no Rio, de companhia com minha irmã, e, então, liguei na expectativa de um outro encontro, afinal viajava 300 km para estar ali, e dessa vez, eu já estava ali. Sequer perguntou porque eu ainda estava no Rio, disse que me ligaria mais tarde. Não ligou. Voltei para casa.
Não fui no início de outubro, nem de novembro, nem de dezembro. Nunca soube direito o porquê. Também nunca pressionei. Raramente eu ligava, preferia enviar e-mails. Recebia constantes telefonemas, com as mesmas promessas e muitas justificativas. Eu pouco perguntava, pois além de não ser curiosa, é uma boa forma de auxiliar o outro a não mentir. Eu gostava daquela relação construída sobre uma absoluta liberdade, onde permanecer junto era questão unicamente de escolha, sem amarra alguma. Eu pouco sabia de detalhes do dia a dia de sua vida, e nem me interessava. Construía aos poucos uma sólida amizade. Percebia os conflitos, as angústias, os temores. Me fiz presente o quanto pude. A recíproca nunca foi verdadeira. Não se interessava pela minha vida e nem pelos meus problemas. Mas sempre tive suporte para relacionamentos com pesos diferentes, sempre cri que cada um dá o que pode. Eu não idealizava mais nenhum futuro para nós,  mas gostava dos nossos momentos, das trocas intelectuais, e ele brigava quando eu dizia isso e pedia que eu não desistisse de nós. Nem tudo foi tranquilo, por mais de 10 vezes tentei colocar um ponto final na relação, e ficar só com a nossa amizade, mas ele nunca aceitou. "Confie em mim" ouvi dezenas de vezes, "Preciso de você" ouvi centenas de vezes, "Eu amo você" ouvi milhares de vezes. Acreditei.
Finalmente, voltei ao Rio, no dia 17 de março, dessa vez, dirigindo. Já havia aprendido a pegar a linha amarela ao invés da habitual linha vermelha, e chegaria fácil. Saí de casa com febre e dor de cabeça, e após uma hora de viagem comecei a passar muito mal, não tinha condições de continuar. Entrei, então, na primeira cidade, peguei um motorista de táxi que dirigiu o carro para mim. Um desconhecido totalmente do bem, para sorte minha. Paramos em uma cidade, ele desceu na farmácia comprou termômetro e remédio, eu estava com quase 40ºgraus de febre. Segui. Chovia torrencialmente. Aguardei no mesmo estacionamento daquela grande loja, dessa vez, houve um pequeno atraso que já havia sido anunciado. Eu sentia tanto mal que pensei em desistir e ir embora. Não desisti. Dessa vez, ele não desceu do carro para ir ao meu encontro, como todas as outras vezes. Ele apenas piscou o farol e eu fui. Não gostei disso.  Achei indelicado, diferente do cavalheirismo de sempre. Dessa vez tudo foi mais longo  e acho que quando desci novamente naquele estacionamento, já passava das 23hs. Foi o retorno mais difícil entre todos os outros, e novamente, ele não se interessou em saber se cheguei bem, ou se cheguei. Enviei um email, como de hábito, avisando.  A volta foi um tormento, não havia levado blusa, era madrugada e aquela serra gelada, e a febre não dava trégua. Era dengue e passei 10 dias de cama. Sem nenhuma explicação eu chorei os três dias que se seguiram ao encontro. Eu me negava a percepção de algo que não sabia explicar.
Marcamos, novamente, para início de abril. Novos problemas o impediram. Não sei quais. Um dia chegou um email com uma justificativa absolutamente inconsistente para o fim. Como sempre prometi, respeitei, mas convicta de que a amizade permaneceria, afinal não era esse o combinado? Escrevi à ele sobre isso e não obtive resposta. Após uma semana resolvi tentar falar em seu celular, os dois números desligados. Entendi o recado. Só não entendi porque tinha que ser assim. Os avisos foram muitos, mas eu não quis ver. Como uma pessoa que sabe que você está em uma cidade estranha, cheia de riscos, onde o objetivo da ida era exclusivamente ir ao seu encontro, não se interessa em saber, sequer, se chegou ao destino final em segurança? Como alguém que dizia querer cuidar de você sabe que você foi internada, que sofreu acidente de carro, que está com a mãe doente, que enfrenta processo no fórum, que baixou delegacia de madrugada, que operou o cérebro ou arrancou dentes, enfim, qualquer situação problema, e nunca perguntou nada a respeito? Só então entendi que nunca houve amizade nenhuma. Nem vínculo real de afeto. Sua atitude ao terminar a relação e ficar incomunicável foi um descarte daquilo que não tinha mais utilidade. Simples assim. Eu não era ameaça para nada, portanto não precisaria me "cozinhar" para evitar maiores danos para si mesmo. E, como também, não era mais objeto de seu interesse, só restava o fim. Enfrentei a fase da indignação e da raiva, porque sou o tipo que perco muito bem um amor, mas prezo as amizades, e eu era uma grande amiga. Eu era. Só eu. Eu criei essa amizade. Eu criei esse laço sincero. Eu criei esse afeto. Eu o nomeei como sendo real. Eu o imortalizei. E fiz tudo isso com alguém incapaz de se doar, incapaz de criar vínculos emocionais, para quem pessoas são objetos, e foi essa constatação que retirou de mim o tormento da pergunta: o que eu fiz para que até mesmo minha amizade fosse dispensada, descartando tudo que foi vivido como se fosse um pacote qualquer? e me trouxe o alívio da resposta: "A generosidade das pessoas boas são folhas de papel em branco nessas mãos, pois quando sentimos pena, quando temos bons sentimentos estamos vulneráveis emocionalmente, e é essa a maior arma que será usada por eles, contra nós." E foi isso.
Enfim, foi uma relação unilateral e predatória, pena que descobri isso tão tarde.

sábado, 10 de agosto de 2013

Inteligência e amor

Há um tempo atrás li no facebook a frase: "A inteligência é o maior afrodisíaco que existe". Concordei totalmente. Até que experimentei uma realidade que provou para mim que não. A inteligência jamais será o maior afrodisíaco. O maior afrodisíaco que existe é o amor. Digo amor, não fantasia.
Idealizar demais uma situação, nos trava diante da crueza da inevitável realidade, pois por melhor que ela se apresente, dificilmente será como aquilo que foi idealizado. Sem problemas. Sonhos colaboram para uma existência mais rica. Na imaginação, tudo é perfeito e precisamos dessa fantasia. Mas há de se ter muito cuidado com o tamanho da frustração quando aquilo que atrai, encanta, provoca e excita entra em choque com uma realidade que foi totalmente inventada. E aí aquilo que era afrodisíaco torna-se decepção, tristeza, frustração.
Inteligência tem pouco a ver com alardear conhecimento. Inteligência é perspicácia, agilidade mental, agudeza de espírito para transitar das situações comuns às incomuns com autonomia, bom senso, graça, humor. Isso é ser inteligente. E, de fato, é afrodisíaco. Mas não tem o poder de sustentar uma relação. Inteligência sem o coração oferece alto grau de periculosidade. É arma letal denominada manipulação.
A alma humana se sente atraída por sentimentos elevados, mas a inteligência permite eloquência suficiente para "passar" ao outro uma nobreza inexistente e, a verdade é que reconhecer isso nem sempre é fácil...
Hoje as propagandas de carro afirmam que carros são sensuais, ou seja, até mesmo objetos podem ser estimulantes de alguma forma. Vale lembrar disso antes de fazer uso da boa fé e acreditar naquele príncipe encantado, interessante, educado, bom amante, sedutor, que jura  ter encontrado em você a sua alma gêmea. Ele se mostra como o último dos românticos, e é... Com você, mas também com a metade da torcida do Flamengo.
Alguém disse que “Amar é admirar com o coração, e admirar, é amar com o cérebro”.  É preciso razão para saber se aquele que se ama com o coração é digno de sua admiração. Entendo a sensualidade como a excitação causada pela constatação ou contemplação do que é, de alguma forma, incitante. E isso acontece na imaginação. Por mais que o amor não seja passível de explicações racionais, há uma lógica mínima que norteia, senão o sentimento em si, pelo menos o que fazer a partir dele. Caso contrário vira um "vale tudo", onde dor e sofrimento certamente serão constantes. É preciso definir o que se quer do amor.
 
 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Ilusão é fundamental!

É impressionante como toda a humanidade tem a capacidade de relativizar quando o assunto é amor. Minimiza evidências, dá férias ao senso crítico, enterra a sete palmos todos os tipos de avisos, até mesmo os mais frontais. De início vem o susto, a revolta e a raiva. Jura que jamais o perdoará caso tudo aquilo seja verdade. E vem a fissura por encontra-lo para tirar satisfações e "lavar a roupa suja". E se consome imaginando a cena dos dois juntos. "Será mesmo verdade?" E pega o calendário e verifica dia a dia. "Ele me ligou nesse dia?" "Chegou mais tarde em casa?" E corre para o celular para olhar as mensagens de SMS e conferir se coincidem com algum dos "dias" da possível traição. E enquanto espera a hora da verdade (que sempre será uma mentira, porque bem lá no fundo você sabe que ele jamais confirmará nada), você ainda finge para si mesmo que dessa vez não passará! Dessa vez você tomará uma atitude! E, inconscientemente torce para que as "mentiras" dele sejam bem convincentes para que você possa fingir para si mesma com a maior veracidade possível. Afinal, em uma relação onde sempre haverá traição, ser iludida é fundamental. E aí ele aparece - cheiroso, cheio de saudades, te olha dentro dos olhos, afaga seus cabelos como só ele faz, fala baixo, te abraça forte e renova as juras de amor, como sempre. "Que alívio!" 
Falou de amor, fica tudo bem. Prometeu mais momentos a dois, fica tudo bem. Planejou os mesmos projetos futuros, fica tudo bem.  Mas e todas aquelas evidências? E a outra?
"Que evidências?" "Que outra?"
"Escuta essa voz..." " Sente esse beijo..." "Esse olhar no meu..."
"Outra"? "Se tem outra, não me conte por favor..."
"Ah... ela só me disse isso porque estava com ciúme..." "Tudo isso tudo é puro ressentimento dela...". É... faz sentido... afinal, o que não faz sentindo quando se quer que faça sentido? Tão fácil acreditar quando se quer acreditar. É essa predisposição que garante ao outro se safar uma, duas, dez vezes... Ou melhor, ele não se safa de nada, porque ele não fez nada, pelo menos nada que o outra já não saiba. Ele "apenas" se encontra com outras, faz amor com outras, jura amor também a outras, mas quem disse que ele mente quando faz tudo isso também com você? Não importa o que ele faz com a outra, importa o que ele faz com você. Não é assim? Sim e não. Depende somente de você. Ninguém está certo ou errado. Importa é ser feliz. O que para uns é migalha, para outros é uma farta refeição. Ele fala, promete, planeja, enfim, renova os votos, e se isso te basta, te faz feliz por mais um tempo, ok. Muitas vezes eu queria conseguir esse "desprendimento", não da fidelidade, porque não sofro desse mal, mas de me permitir iludir.
Há muitas conjecturas quando o assunto é a dobradinha amor e traição. Bobagem... Para esse cenário basta um sofista (meia boca) e um coração apaixonado e tudo se resolve.
Ilusão é fundamental! Aplausos para ela!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

"Amor psicopata" - do blog "Simples e Clara"


"É encantador...
Chega como quem não quer nada, fala coisas bonitas, sabe as palavras certas nas horas certas...Aparentemente é sensível e entende como ninguém a mulher... e a faz se sentir única no Universo. Muito carinhoso, a eleva tão alto que a faz acreditar que é um anjo ou uma rainha, e que o mundo é cruel por não perceber isso.Lhe elogia, lhe agrada, aflora seus desejos mais secretos, lhe faz pensar que nunca teve mulher que chegue aos seus pés. Diz que vai cuidar de você como merece.Lhe envolve de tal forma que fica difícil acreditar como conseguiu viver sem ouvir tudo aquilo e viver tudo o que sempre sonhou.Começa a se desvalorizar e a dizer que você não merece um homem como ele. Se faz de sonso e de derrotado.Lhe convence que terão uma vida juntos pra sempre e que ninguém vai impedir isso, mesmo se você for comprometida.Ele largaria tudo por você e lhe convence do mesmo. É canalha, sedutor e carismático.Lhe convence que "certos" amigos não são bons pra você e insinua que é melhor se afastar deles, pelo menos por enquanto... E você obedece.Diz que pra confiar, um tem que falar tudo do passado pro outro. E você obedece.Ele sempre se diz vítima e você acredita. É bondoso e você fica comovida.Confia nele seus amores passados, detalhe por detalhe e ele lhe ouve atentamente. A primeira briga.Diz mais uma vez que pode confiar nele e que quer só cuidar de você. Obedece.Pergunta mais uma vez sobre antigos relacionamentos com todos os detalhes, querendo comparações entre os antigos e ele e começa a não confiar tanto em você. Briga.Tarde demais, você já está tão envolvida que sente nojo de seu passado. Se arrepende de tudo que fez e lhe  pede perdão... Depois de um bom tempo juntos, você não tem mais graça pra ele... Mas continua, pois acredita que ele é o homem de sua vida... Como sair dessa? É difícil. Pra muitas é até impossível... É perigoso uma pessoa assim, pois age tão naturalmente, é tão amável..."

Esse trecho foi retirado do link abaixo. Lê-lo causou uma verdadeira hecatombe em minha boa fé, e deixou cego meus bons olhos, porque, independentemente de qualquer coisa, continuei crendo nas boas intenções, acreditando que as pessoas eram de verdade, mesmo que os finais fossem feios... mas dia a dia a vida tem trazido coisas até mim para me mostrar que muitas vezes não são... Muitas vezes é tudo uma grande farsa. Preciso acreditar nisso até mesmo para me defender melhor... Muitas vezes é preciso prestar esse "serviço de utilidade pública..."
http://blogsimpleseclara.blogspot.com.br/2011/08/amor-psicopata.html

domingo, 4 de agosto de 2013

Scammers - monstros virtuais.

Uma colega de trabalho me perguntou se eu já tinha ouvido falar em scammer - "não, nem imagino o que seja." E, então, ela me explicou que era o nome dado a máfia de golpistas virtuais, da qual ela foi vítima. Ou melhor, quase vítima. O objetivo das pessoas (quase sempre estrangeiros) que formam essa quadrilha é extorquir dinheiro, mas para isso, antes precisam conquistar, e é quando, já apaixonadas, as pessoas cedem aos apelos desses seres sub humanos. Entrei no google e fiquei pasma! Inclusive ao constatar que no início no ano de 2012, quando eu ainda acessava o Twoo, deparei-me com um desses. Voltei lá, então, para conferir. O nome dele era Darrem Murphy, me contou toda sua história (triste) de vida, mandou várias fotos. Era atencioso e educadíssimo. Meu inglês não é lá "essas coisas", mas consegui me comunicar com ele por mais ou menos uma semana(ainda tenho esses e-mails). Até que conheci, também no Twoo, uma outra pessoa e, como não sei me dividir, dei uma desculpa qualquer para o tal de Darrem e sumi. Ontem, de curiosidade, entrei nesse site sobre scammer e joguei lá o endereço de email dele (eles oferecem esse serviço), e não é que ele era um deles??? Caramba! Quase tive um troço! O cara era um doce... Eu tinha tudo para cair como tantas outras, nessa cilada. Escrevi para eles, enviei os e-mails e as fotos, e recebi uma resposta detalhada sobre ele - mais um monstros scammer...
Li vários depoimentos, um deles segue no link: http://forascammer.blogspot.com.br/2012/12/mulher-brasileira-suicida-depois-de.html, que é sobre uma brasileira que acabou por suicidar. Aliás, o alvo preferido deles é o Brasil, pela boa fé e o bom coração. Não é regra geral, claro! Até porque dizem que existe um ou outro brasileiro entre esses bandidos.
Ladrão é ladrão, entra sem ser convidado, ou seja, invade, e se apossa do que não é seu, ou seja, rouba. Mas nesse caso é tudo tão mais cruel... O ladrão não é um ladrão que entra sem ser convidado, ele é convidado, aliás ele é o homem que você passou a confiar, a amar, a se preocupar, a cuidar, a dividir problemas. No final ele é um convidado super especial com o qual você está planejando dividir a vida, e quando ele tem absoluta certeza de tudo isso, ele te golpeia covardemente. Te rouba bens e dinheiro. Apossa do seu nome. Rouba sua identidade. Rouba seus sonhos. A pessoa fica, de repente, sem dinheiro e sem aquele "amor". A justiça dos homens está com imensa dificuldade em agir nessa quadrilha, mas a justiça de Deus é precisa! Me revolta o nível de maldade!
Como para mim a alma é infinitamente mais cara do que qualquer matéria, me indigno duplamente com essas histórias. Porque aquele que só rouba dinheiro, pelo menos permite que suas vítimas mantenham o equilíbrio emocional, podendo assim, manter a coragem para "arregaçar a manga", trabalhar e reconquistar o que foi perdido. Mas esses, além do dinheiro, roubam a alma do outro. Depredam emocionalmente seu semelhante. Chegam com a fala mansa, conquistam, prometem, doam "amor". Deixam as vítimas comprometidas com suas histórias, envolvidas com suas vidas, sensíveis às suas dores. E depois de torna-las cúmplices de seus corações, as mutilam... Roubam suas economias e suas emoções. Para mim, muito, mas muito mais grave é isso - a ilusão da qual fazem uso para chegar ao objetivo final.
Todos nós, sempre pagaremos por nossos atos, essa é a lei que rege e organiza o Universo. Partindo dessa certeza, creio que os ladrões de dinheiro inevitavelmente terão a lei do retorno, mas desejo com toda a minha alma que esses ladrões de sonhos, esse ilusionistas do amor, que agem com requintes de crueldade inacreditáveis,  experimentem cada milímetro da dor que causaram em suas vítimas, e depois de expor minha intenção digna de minha vil humanidade, movida à raiva e indignação, peço a Deus misericórdia para essas almas.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O depoimento de uma amiga


Essa história é de uma amiga, aliás de uma grande amiga. Essa história me atingiu profundamente porque fui eu quem a encorajei a investir nessa relação. Essa história me arrancou a ilusão de que pessoas capazes de utilizar as outras como objetos, simplesmente para tapar suas lacunas emocionais, eram raridade. Essa história respingou em mim, ou melhor, me molhou inteira. Afinal, me iludi (mais uma vez), agora, através da vivência da minha amiga. Vivi uma situação muito parecida com a dela, e, quis acreditar que foi um triste acaso, desses que nem chegam a fazer parte de uma estatística, e que ela, diferente de mim, estaria entrando, em um local de luz, diferente do umbral no qual perambulei por um ano. Quando ela me contou dos trotes e e-mails, revivi o que eu acabara de experimentar e me preocupei, mas ele foi tão enfático (até comigo), porque não lhe dar uma chance? Aconselhei-a realizar o BO, o mesmo que fiz (mas infelizmente, na burocracia desse país, ainda não saiu o resultado que tanto aguardo... pois apesar de há já ter virado a página, sinto prazer de ver máscaras caindo, mesmo sabendo que muitas ainda não cairão).  Ah! Aquelas mulheres... verdadeiros zumbis, que atormentaram por meses meus dias e noites, atingindo meus filhos e minha família, com suas mentes adoecidas e  mirabolantes jogadas revirando toda a história, e, para finalizar  ainda  foram merecedoras dos meus aplausos por  conseguirem manter a imaculada inocência (ainda que não possam esconder a óbvia insanidade), provando que sabem manipular com maestria. Será que esse mesmo tipinho iria também fazer terror na vida da minha amiga? Seria uma coincidência triste demais! Recusava-me a crer. Então, continuei encorajando-a, acho que queria provar a mim mesma que tudo poderia ser diferente, que a maldade não entra com tanta frequência em cena. Errei, e foi exatamente tudo (quase) igual. No fim, vi minha amiga arrasada, decepcionada, desiludida. Esse sujeito apertou a minha mão, e disse que a amava... E mil vezes pior que isso, ele brincou com  os sentimentos da filha dela... Brincar com sentimento dos filhos deveria merecer pena de morte não acham? De outro modo, também brincaram com o dos meus filhos, ao me encorajarem a assumir perante eles, uma relação com sólido futuro, e que, na verdade, não passava de uma ilusão. Infelizmente, me certifico que isso acontece com uma frequência que me neguei a aceitar.
Ela enviou para o site de relacionamento onde lhe conheceu, seu depoimento, e me mandou uma cópia, que decidi postar aqui. Porque? Acho que pela responsabilidade que sinto ao vê-la ainda sofrendo... Por causa da minha boa fé me maltratei, maltratei meus filhos e alguns familiares. E, novamente por causa da minha boa fé ajudei-a se maltratar, a maltratar a sua filha e  sua mãe. E vou tentando me redimir. Consciência acerca dos meus erros, é algo que não me falta, apesar de que isso pouco adianta em um momento desse.
"Nunca gostei de entrar nesses sites de relacionamentos. Mas, como estava entediada, cansada da minha cidade, do nada para fazer, resolvi encarar um desses sites. Conheci uma pessoa maravilhosa. Um homem sedutor, carinhoso, um verdadeiro príncipe.... Já no primeiro dia de conversa, me chamava de meu amor, minha linda. Me acordava na madrugada com mensagens carinhosas e românticas. Estava vivendo um conto de fadas. Logo na primeira semana, como ele morava bem próximo da minha cidade, veio me conhecer. Foi uma paixão à primeira vista. Ele, como sempre, um verdadeiro cavalheiro. No princípio,fiquei um pouco arredia com tantos chamegos, mensagens , ligações e declarações. De repente , comecei a receber telefonemas no meu celular, chamada confidencial, de uma tal mulher, que se dizia ser namorada dele. Começou o inferno na minha vida. Coloquei ele a par de tudo que estava acontecendo. Telefonemas, mensagens pela web para o meu celular,emails ameaçadores...  Ele , como todo psicopata, se fazia de sonso e dizia que não a conhecia e que não sabia quem era a tal mulher. Chegou até mesmo a conhecer pessoalmente minha filha e minha mãe. Até que um dia , as mensagens começaram a me preocupar. A tal mulher, começou a ameaçar a minha filha. Comecei a sentir que a coisa estava ficando tão grave que liguei para ele , pedindo socorro. Ele, muito educadamente, falou do seu jeito carinhoso que estaria do meu lado . Passado 2 dias, após essa conversa, não consegui falar com ele mais. Não atendia as minhas ligações e nem respondia meus emails. Só consegui um retorno via mensagem de celular, quando passei uma mensagem bem agressiva pra ele. Quer saber a resposta?"Sinto muito, mas não quero começar um relacionamento com esses tumultos".
Depois disso nunca mais...A decepção foi muito grande, chorei e me culpei por deixar um imbecil me iludir, mas estou dando a volta por cima.
Espero que a minha história sirva de alerta para outras mulheres que se encontram na net em busca de um relacionamento. Encerro meu depoimento com essa frase que resume esse tipo de pessoa:
"Eu era pior que qualquer puta; uma puta só toma seu dinheiro, nada mais. Eu bagunçava vidas e almas como se fossem brinquedos. Como é que eu ainda me considerava um homem?" - Charles Bukowski.
 

MV
 
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