O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Desatenção é um perigo

Desantenção é um perigo. Quando damos conta, o tempo passou, e,  nos atropelou com sua urgência.
Há pouco sentia-me dona de algumas verdades, talvez nem fosse um ato consciente. Em um tremendo contra senso, defendia a não existência de verdades únicas, e de modo imperativo expunha as minhas. Essa lucidez não me chegou aos poucos, e nem acordei um dia e pensei "Ih! me acho sabichona demais e isso é terrível! " Não sou portadora de tamanho reconhecimento de mim mesma, apesar de buscar muito por isso. Como dizem por aí "miséria pouca é bobagem" e a miséria humana, como praga, está espalhada por toda parte, e eu, claro, não escapei. É miserável quem vive na escuridão que é desconhecer-se. O homem desfila sua inconsciência e  alimenta essa sociedade permissiva. E assim seguimos em uma retroalimentação negativa.
Eu achava que me mantinha alerta. Nada disso. Como disse, desatenção é um risco. Aumenta a inevitável vulnerabilidade humana, e quando por um "santo" motivo qualquer você é despertada, entende quanto tempo perdeu tentando ser quem não era, vivendo uma vida que não acreditava, fazendo apostas alheias como se fossem suas. Raramente quem você é, encontra-se onde você está.
O caminho de volta é doloroso, dificílimo, mas pontual. Só vive a rica experiência de se reerguer do chão  quem já esteve nele. E mais dia, menos dia, todos estaremos estatalados lá. Profecia? Não. Constatação. Enquanto a humanidade optar pelo caminho mais fácil e preferir sempre "estar" ao invés de "ser", será assim. O curso natural da vida segue, e você não encontrará atalhos para se refugiar o tempo todo. Chegará o momento que fugir se tornará impossível. E aí, boa sorte a todos!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Retornando

Aos poucos fui criando coragem para retornar a este espaço tão querido, feito com tanto amor e dedicação. Saudades dos amigos. A sensibilidade de cada um de vocês, indiferente à distância, tocou minha mão me fazendo acreditar que, eu era importante e querida, em um momento que me senti pó. Deus abençoe vocês.
O susto me tirou de cena e ainda sob esse efeito, retorno. Ultimamente não sei quase nada. Estou tateando o que está a minha volta desde que descobri que muita coisa que eu pensava saber, não sabia. Tudo vai sendo recolocado em lentos movimentos, tão lentos quanto estou eu e minhas análises de vida. O antes parece que ficou tão distante de mim que, minha única escolha foi assistir e aceitar o agora que vem chegando. Sempre defendi com força de gigante tudo aquilo que acreditei. Já travei batalhas difíceis com o mundo por achar que o único caminho possível é o do coração.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Carta à minha dor


A querida Kátia, do blog Elos do Saber (http://elosdosaber.blogspot.com) escreveu dias atrás uma carta endereçada a sua Dor. Comoveu-me profundamente e eu nem estava pensando na minha que parecia estar longe... (acho que longe é mesmo um lugar que não existe). E assim, essa traiçoeira invadiu minha casa. Decidi também enviar-lhe uma pequena carta, porque dor é uma “coisa” que fica perto da gente com uma paciência de Jó, mas desconfio que seja impaciente para grandes leituras.
 "Caríssima" Dor,

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Caindo um dia, subindo no outro

É estranho quando o coração não cabe no peito e fica vazando dentro da gente, buscando outras partes que possam acolhê-lo.Senti isso poucas vezes nas vida. Aliás, pouquíssimas, mais especificamente nas três vezes, quando nasceram meus filhos. E no primeiro encontro que tive com aquele que foi, ou é, (ainda não sei) o grande amor da minha vida.E, confortável, eu seguia acreditando que isso era o que acontecia somente no momento de extrema e inexplicável emoção e felicidade. Seria a manifestação do termo "trasbordando de felicidade". Errei. 
Descobri que o coração faz o mesmo movimento quando transbordamos de tristeza. Ele fica sem lugar e parece que sai escorregando, buscando não outras partes que possam acolhê-lo, mas outras partes que  ajudem o peito a suportá-lo. Sinto-me abençoada por não ter sido apresentada a essa sensação tão desoladora antes. A tristeza extrema, seguida de susto, decepção e frustação, esse pavoroso mix,  é estranho,  tem muitas formas de se manifestar dentro da gente. Aperta o peito, arde a garganta, mareja os olhos e vez e outra, toma forma de gigante... Essa que me consome agora, adora ao me ver quieta, olhando para o nada, tentando entender os por quês, chegar sorrateira e puxar a alavanca atrás de mim para eu cair ainda mais violentamente nesse vazio no qual já me encontro, e um gelado no meu estômago vai crescendo, crescendo, crescendo à medida que desço, desço, desço sem direção, e tento me agarrar a alguma coisa em vão... 
Ao contrário, o gigante da felicidade quando puxa a alavanca, é para me içar para o alto e como pena vou leve, leve, leve...subindo, subindo, subindo...voando, voando, voando...


sábado, 5 de novembro de 2011

O único sentimento que conheço é o meu.



Tenho lido textos abençoados nesses dias áridos. E minha querida Vera Alvarenga do blog  http://mulhernaidademadura.blogspot.com/ escreveu algo que veio de encontro a mim.  O texto nasceu dela e encontrou tanto eco em mim que, sem lhe pedir licença, o coloquei aqui, em uma grande mistura de palavras dela e minha.
Despedir de um amor é difícil. Despedir dos sonhos é dilacerante.
Desvencilhar-se para sempre dos abraços, dos corpos e desejos, do reconhecimento do outro através dos sentidos, do cheiro que invade a casa ao sair do banho, pede esforço.
É preciso coragem para enterrar a sensação de completude, que devolvia a paz que, teimava em te deixar, quando o mundo parecia de cabeça para baixo e ele dizia: “estou aqui”.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A essência do amor encontra-se no silêncio

Leonardo da Vinci disse que as mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar Gosto disso.
Tanto o amor quanto o desamor se manifestam, em essência, no silêncio. Mas quem ama escorrega na própria desatenção. Observar e sentir não costumam ser parceiros... Muitas dores poderiam ser evitadas se o "sentir" fosse  guardado na gaveta por um dia... um diazinho só, para dedicar-se totalmente ao "observar".
A fala, os gestos, o tom da voz. Geralmente o que é sutil, contém tudo.
Investimentos equivocados poderiam ser evitados bastando para isso, lançar mão apenas da sensibilidade para ouvir quando não há som. As evidências são abstraídas em momentos onde se pode ouvir o vento... Mas quem quer saber? Tão mais fácil fingir que, se nada foi dito, nada acontece, e, tudo está bem... E o mundo gira justamente no silêncio.
O maior barulho vem de dentro sem fazer nenhum som, e quando o som se manifesta,  chega desarrumando tudo.
Silêncios ensurdecedores X falas vazias. Difícil reconhecer, ou  seria medo?
Como lindamente escreveu C. Lispector "Eu tenho medos bobos e coragens absurdas."
Todos têm.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Quase pronta para voar

Havia me esquecido o poder que temos quanto nos sentimos importantes para as pessoas. A energia boa que tenho recebido nesses dias difíceis, está funcionando como anestesia para minha travessia por esse túnel incerto. Ainda não sei quantos quilômetros faltam para o fim, mas a cada vez que olho, ele já parece mais curto.
É ruim quando te deixam no escuro. Me deixaram, mas foi quando lembrei que tenho luz própria.
Palavras de carinho foram jorrando em minha direção, como oxigênio, no momento em que tiraram o meu ar.
Engraçado... Me encolhi tanto perante o mundo que deixei de interagir com ele, escolhi abri mão de trocar afetos temendo perdê-los, e foi justamente o meu medo de sofrer o caminho direto para o meu sofrimento. Redescobri que ter pessoas em volta de mim é como edredom no inverno, e eu abri mão desse aconchego por tanto tempo... E foi justamente ele que me acolheu nesses dias gelados. Deixei de lado o lado bom da vida, troquei o que eu era pelo que eu nunca fui. Nunca pensei que seria tão rápido esse encontro de mim comigo mesma. Minha dor foi o terreno fértil para esse encontro... Coisas da vida.
Nas poucas vezes em que fui derrubada, meu corpo ficou no chão, mas mantive meus olhos no horizonte. Dessa vez não foi diferente, mantenho os olhos no futuro, mas minha dor é infinitamente maior que todas as outras que já senti, e a cada dia que essa dor me invade, mais forte minhas asas ficam, e mais alto sei que  conseguirei voar. 
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