O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Como é bom ouvir o sabiá.

Passei a vida tentando me manter uma pessoa inteira. Errei muito comigo. Menti para mim muito mais do que imaginei que permitiria. Não me fui fiel o tempo todo como me prometi. Me decepcionei comigo mesma. Não fui tão profunda como jurei ser. Não me olhei nos olhos todas as manhãs. Por longos períodos ouvi do meu coração só o que quis, o resto ignorei. Não fui leal ao que tão bem conhecia da minha essência. Falhei como proprietária de mim mesma. Deixei minha vida escapar das minhas mãos mais vezes do que jurei permitir. Me perder só seria aceito se fosse para me achar lá na frente. Não foi assim.. Me perdi só por me perder.  Porque quebro regras erradas.
Quebrei algumas preciosas que expliquei a mim mesma, exaustivamente, que não deveriam ser quebradas. Não essas... Mas só consigo ver o que me é conveniente por pouco tempo. A lucidez vem e corrompe minha vontade de viver à margem de algumas coisas. Fingindo que não vejo o que muitos nem veriam mesmo. Tentei ser menos inteira, ficar pela metade só para descansar. Mas isso me atormenta. Preciso voltar a sentir a Bachiana 4 de Villa-Lobos, a estudar Kant que me afirma que alguém que fala a verdade com medo de ser castigado não é moral, preciso voltar a ler Fernando Pessoa, voltar a reverenciar o por do sol, a escultar o sabiá, preciso reconhecer em mim o que é meu e pedir licença ao que me invadiu por descuido. Preciso compreender quem sente o pagode, quem só estuda seu melhor ângulo na foto, quem cita Caio Fernando(sem nunca tê-lo lindo) só porque está na moda, quem reverencia o momento de tomar cerveja, que escuta o corpo e esquece o coração. Reconheço que minha fé me concede momentos de altivez - me sinto atrevidamente tão perto de Deus... isso me permite esse reconhecimento e a certeza de nem por isso sou maior ou melhor. Mas sou especial... pelo menos foi o que me disse o sabiá. E eu acredito nele.

domingo, 13 de maio de 2012

Meu acerto

Não acertei em nada na minha vida. Não fui boa de alvo. Nem de jogo. Errei na mira. Perdi as apostas.Tenho  a sensação de  pouso errado. E quando enfim acho que acerto, tropeço e caio.
Mas...
Há coisas que a vida acertou em mim, direto no coração, para sempre, sem erros, sem quedas. Sou mãe. Com absoluto prazer, sem peso, sem culpa, sem temores, sem suspiros de cansaço. Sou grata tempo integral, por cada noite acordada esperando pelo "cheguei mãe". Minha missão é duplamente tripla. Mas não vejo dificuldade em criar sozinha 24hs por dia. Comecei a fazer isso com 20 e poucos anos. Tive uma trégua tão boa que quase relaxei, mas...Quis a vida que fosse assim novamente: eu, eles e o caminho. Nenhuma dificuldade. Meus filhos foram minha demonstração de que sou mais forte do que eu. Eles sabem que não é preciso sacrifício para criá-los. Só fiz amá-los e protegê-los do que posso. Do que não posso, choro junto. Mas sempre agarrado. Antes do mundo, estão eles três.
Hoje no dia das mães, um difícil dia das mães, tive a recompensa de que tudo valeu, que estou no caminho certo, e que vou sempre colher esse amor que planto e cuido diariamente...
"Mãe, acho que todas as mães são boas, mas nenhuma é você." 


domingo, 6 de maio de 2012

Mentira, mentira, mentira...

Horrível esse final com cheiro e gosto de podridão
Até o último minuto marquei o X  no "verdadeiro"... e todas as respostas estavam erradas... essa terrível boa fé no outro... porque nunca apostei no "falso"?
Difícil conhecer a diferença entre verdade e transparência
Tanta opacidade, meu Deus! Como enxergar?
Verdade é uma difícil arte de ser por inteiro... mais fácil é ser e não ser.
Meses em meio a bruma, sem paz e sossego, exausta buscando somente a verdade...  que ela não fosse o sol, seria a noite ou qualquer coisa que eu conhecesse para me localizar e não enlouquecer.
E então, encontrei a mentira... cenário árido, cinzento, enevoado,  galhos secos e espinhos agudos.
Entrei absolutamente só. Abri caminhos no escuro, cortei galhos, às vezes achava uma brecha de luz para logo na frente tropeçar em alguma armadilha e ficar de cabeça para baixo. Recomeçava... Me lanhava entre espinhos grandes, cortava cipós com os dentes... desse esforço dependia minha sanidade, precisava achar alguma explicação, algo que tivesse consistência, que fosse de verdade. 
Poderia ter sido poupada de toda essa dor e sacrifício...Mas para que? O problema era meu...
Quem podia me salvar estava sendo salvo por "deus" em organizações divinas, do alto de sua "torre" e olhava a lua cheia de mão dadas com mulheres santas e, consciência tranquila(?), enquanto todos os espinhos desse cenário árido me fincavam atravessando minha carne de uma vez só.
Mas, enfim, saí desse umbral, aos poucos tiro os espinhos e gabo-me da minha lucidez perante tanta insanidade.









Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...