O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Experiência válida ou o peso do arrependimento


Através de um amigo, li a reportagem de uma pesquisa feita nos EUA sobre relacionamentos duradouros.Fiquei feliz ao constatar que, nesse território tão empírico, uma coisa é certa: sou boa observadora. Além, é claro, das cores das minhas vivências... Experiências nem sempre bem vindas e nem tão coloridas. Fontes de imensos aprendizados. Fora o que vi, li e ouvi, possibilitando-me vários olhares recheados de dores e amores. E com isso fui tirando minhas impressões, algumas delas apresentadas na citada pesquisa (abaixo em destaque):
É possível prever a freqüência com que o casal brigará, basta olhar para o presente. Sempre digo que evidências são evidências, não se pode minimizar isso.
Se ainda no namoro vocês protagonizam brigas diárias e desgastantes no curto período em que dispõe para estar juntos, por motivos tolos aos olhos do mundo... Não insista e nem se iluda, não muda e nem melhora com o tempo. Período de adaptação serve para quem precisa usar óculos bifocais, não para relacionamento.
      Casais que costumam tomar decisões juntos apresentam índice menor de conflito.  
      Olhar junto na mesma direção é fundamental.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Quem sabe?

Tenho mudado de opinião com certa constância ultimamente. Confesso que isso não me agrada. Será que estou ficando finalmente madura. Ou não?
Pensava coisas que não penso mais, acreditava naquilo e desacreditava  nisso, hoje me vejo invertendo as próprias crenças...
O que defendia, hoje duvido. Que houve comigo? Não existe verdade absoluta, sempre disse isso. Mas as minhas... De certa forma eram.
Antes amava o inverno, hoje me sinto melhor no verão. Blues? Saco aquela batida uniforme. Hoje, leio ouvindo blues. Não gastaria tempo e dinheiro cuidando dos bichos como se fossem filhos, em um mundo onde crianças passam fome. Meu cachorro dorme no meu quarto, e sabe quando estou triste.
Conceitos mudam como tudo na vida.
Acreditava que eu era só espinho, e ando ofertando flores sem quê nem por que. Brigava muito, ando apaixonada pelo silêncio. 

sábado, 24 de setembro de 2011

A rosa de Maria.


Quando tudo acabou pouco tínhamos a dividir. Não havia filhos. Nem animais de estimação. Só uma roseira. Chegou um dia em casa trazendo-a de presente para mim. Foi amor à primeira vista. Diferente do nosso relacionamento, ela ainda permanecia linda, cheia de vida. 
"Vou levá-la comigo."
"Não. Ela fica."
Quando retornei do trabalho, não encontrei mais nada. Foi-se levando roupas e alguns discos. 
Busquei desesperada pela minha roseira. O chão me fugiu ao vê-la. Cortou-a quase até a raiz, atingindo-me mais do que qualquer palavra dita. Senti-me ainda mais só.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ele terminou comigo


Não há nada como o fim do primeiro amor. Término de relacionamento dói em qualquer idade. Para os jovens namorados ainda enamorados dessa novidade que é amar, a suntuosidade desse sofrimento enreda-se por um caminho que parece jamais ter fim. Mas tem… Sempre terá. No primeiro dia em que acorda (madrugada talvez), tem um nó imenso na garganta, uma tonelada sobre o peito e uma mão pesada apertando o coração que já estava doendo. Vai passar.
Enquanto não passa, melhor não fazer nada que remeta, por um segundo que seja àqueles bons momentos vividos a dois. Não olhe fotos, não ouça música, não leia e nem assista romances. Sei que quanto se é jovem dar ênfase a esse momento de dor, faz parte. Mas não exceda, pois é ténue a linha que divide curtir a inocente “dor de cotovelo” do labirinto frio e escuro. Isso não é inteligente. É preciso começar a desenvolver a racionalidade – se acabou, vamos enterrar e respeitar (e de preferência limitar) o tempo de luto, e… Recomeçar! 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Que máscara você usa?

 Não sei o momento exato em que lançamos mão da nossa máscara. Talvez na adolescência, onde desejamos ser quem somos e ninguém deixa. Compreensível, vamos descobrindo o mundo enquanto ele nos descobre, e o danado costuma se implacável. Tente não se enquadrar para ver! Os adultos, sempre por trás de suas máscaras, contribuem na confecção daquelas que servirão aos neófitos, geralmente filhos, sobrinhos, netos, enteados, alunos. Particularmente não gosto daquelas de resina, prefiro como no teatro grego, confeccionadas em gesso. O molde não é tão perfeito (mas não é esse o objetivo?), mas na hora de quebrar, fica mais fácil. Ah! Você não sabia? Sim... Uma hora quebra.
Tem também aquelas típicas de carnaval que seguramos nas mãos e a levamos ao rosto ocasionalmente.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Morte súbita do amor

Preciso me acostumar. Mas não consigo!
Detesto finais de relacionamentos. Pesquiso e escrevo sobre eles. E a cada história fico destruída. Isso mesmo. Choro. Me isolo. As perguntas me inundam e fico mergulhada em uma confusão de dúvida e sentimentos. Porque tem que ser assim? Onde está o fio dessa meada que ninguém consegue encontrar?
O amor acontece. Para isso há algumas explicações, nada muito racional, óbvio.
Fim repentino do amor. Nada a explicar, mesmo que um milhão de justificativas estejam ali na bandeja.
Porque tem amor que acaba de repente? Eu posso e tenho várias respostas objetivas para essa pergunta. Nenhuma delas me responde.  Impossível captar o momento em que morre o que estava  cheio de vida. Quem matou? Um dos dois? Os dois? O tempo? A TPM? O ciúme? Um terceiro elemento? Pode ser tudo isso. Mas e quando não é nada disso?

terça-feira, 6 de setembro de 2011

E foi assim que tudo acabou


Chegou estranho em casa dizendo que não poderíamos mais estender a viagem após o congresso. Deixou de alugar na locadora filmes para sábado à tarde. Não saboreamos mais o vinho antes de dormir. Aos poucos deixou de vir para o jantar. Passei a ir à banca sozinha comprar jornal aos domingos. Não parava mais para tomar sorvete. Sozinha não tinha graça. Sempre cansado, aguardava em casa, enquanto eu me dilacerava com aquela ausência tão perto de mim.
Já estava com pena da Ludi,  não tinha culpa daquela inexplicável reviravolta em nossa rotina. Há noites não passeava mais. Comecei a caminhar com ela. Por vezes se voltava para mim com a sensibilidade que só os cães têm - "ei! onde está ele"? Passando a mão pelo seu pelo farto respondia "parece que não está mais entre nós." E seguia, na maioria das vezes, chorando.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Os olhos mais lindos do mundo


Seus imensos olhos negros e cílios inacreditavelmente longos são exatamente os mesmos de 16 anos atrás.
Quando nos vimos pela primeira vez, fiquei impregnada pelo seu olhar. Encarou-me firme e pude ouvir olá mamãe, vim para ficar sempre ao seu lado. E é assim, do jeitinho que prometeu, meu companheiro de todas as batalhas.
Foi o bebê mais lindo que já vi (corujices à parte, já sou mãe de outros dois). Não atravessou fase feia, aquela pela qual toda criança passa. Não foi um bebê trabalhoso. Não chorava à noite, não fazia manha, andou e falou cedo, deixou as fraldas muito antes que eu o estimulasse.
Toda essa moleza ficou para trás depois dos cinco anos de idade. Foi difícil crescer. Passou por perda irreparável, enquanto eu o ensinava que ninguém perde o que não tem. Eu larguei o mundo por ele. Agarrei-me com todas as garras que uma mãe leoa é capaz. Tantas vezes impotente, presenciava aqueles olhos imensos nadando em água e o garoto destemido tentando em vão, segurar o choro.
Corajoso, tocava gado, montava cavalos imensos, escalava montanhas, acampava no mato, mas tinha pavor das incertezas da vida. Mãe, e se você morrer? E eu prometia com todo o direito imaculado de mãe Fique tranqüilo meu bem, mamãe só vai morrer quando você já for um homem. Percebia que ele se acalmava.
Sempre admirei sua frontalidade perante o mundo. Nunca trouxe desaforo para casa, defendia quem fosse preciso, e me esgotava descontando tudo o que não me cansou quando bebê - Mãe porque o sol chama sol? Mãe porque Deus não aparece? Mãe porque tem criança diferente de mim? Incansavelmente ele seguia perguntando, e ainda segue até hoje.
Amo meus três filhos, mas nenhum deles é tão meu quanto esse. O sofrimento dele e minha vontade desesperada de aliviá-lo nos uniu com elos de ferro. E é recíproco. Por um longo período, éramos só nós dois, apesar de todos os outros que estavam a nossa volta. Até hoje ele se desnuda para mim através de seu olhar independente do que sua boca fala aos outros.
Carrego um orgulho que não cabe em mim de tê-lo criado.  E não errei quando disse lá na maternidade que nunca tinha visto um bebê tão lindo. Não vi mesmo. Sua beleza se perde na generosidade. Sua intensidade quase me consome.  E seus olhos continuam querendo engolir o universo inteiro.
Inácio, filho amado, você me sugou, exigiu de mim o que eu desconhecia ter para dar. Confesso que foi difícil demais, às vezes não sabia o que te dizer. Percebia que não estava desempenhando o papel esperado de uma mãe - eu também queria colo e você sempre tinha para me dar. Sua mãozinha pequena ficava sobre a minha e juntos vencemos, afinal o pior já passou e finalmente você compreendeu que ninguém perde o que não tem. Apesar das tantas adversidades, sou privilegiada e agradeço a Deus por tê-lo deixado sob meus cuidados e por senti-lo integralmente meu, mesmo percebendo que o mundo já começou a ficar pequeno para você.  Obrigada pela companhia. Te amo. Feliz aniversário!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...