Leonardo da Vinci disse que as
mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar.
Gosto disso.
Tanto o amor quanto o desamor se
manifestam, em essência, no silêncio. Mas quem ama escorrega na própria
desatenção. Observar e sentir não costumam ser parceiros... Muitas dores
poderiam ser evitadas se o "sentir" fosse guardado na gaveta
por um dia... um diazinho só, para dedicar-se totalmente ao
"observar".
A fala, os gestos, o tom da voz.
Geralmente o que é sutil, contém tudo.
Investimentos equivocados poderiam ser
evitados bastando para isso, lançar mão apenas da sensibilidade para ouvir quando não há som. As evidências são
abstraídas em momentos onde se pode ouvir o vento... Mas quem quer saber? Tão mais
fácil fingir que, se nada foi dito, nada acontece, e, tudo está bem... E o
mundo gira justamente no silêncio.
O maior barulho vem de dentro sem
fazer nenhum som, e quando o som se manifesta, chega desarrumando
tudo.
Silêncios ensurdecedores X falas
vazias. Difícil reconhecer, ou seria medo?
Como
lindamente escreveu C. Lispector "Eu
tenho medos bobos e coragens absurdas."
Todos têm.