O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

domingo, 23 de janeiro de 2011

DOENÇA DE AMOR


Achei essa reportagem muito interessante, e mesmo sob outra abordagem, reforça a importância, sempre evidenciada no blog, de se repensar os relacionamentos. Divido com vocês, parte dela, e cito o autor no fim da reportagem.
"Síndrome do Coração Partido é uma doença que tem chamado a atenção de especialistas e esta relacionada diretamente ao estado afetivo das pessoas em relação ao sentimento do amor. Isso quer dizer que a expressão popular “morrer de amor” nunca foi tão real, o que tem despertado o interesse da ciência para explicar casos de infarto e outras complicações cardíacas causadas pelo sofrimento de uma relação amorosa mal acabada ou não correspondida. O nome técnico é Cardiomiopatia de Takotsubo. Dois terços dos pacientes são mulheres na faixa pós- menopausa, que passam por eventos fortemente emocionais ou por grande estresse físico. Os sintomas são praticamente os mesmos de um ataque cardíaco.
Qual é a extensão dos danos que, por exemplo, o estresse provocado por uma notícia indesejada como o rompimento inesperado de um namoro, noivado ou matrimônio pode causar para uma pessoa? Considerando que o amor é um tema extremamente presente em nossas vidas e que a temática dos relacionamentos amorosos é uma de suas áreas mais importantes, o fim de um romance pode fazer sim o coração sofrer e debilitá-lo de tal forma, que pode ser confundida com um ataque cardíaco. E não há nada de poético nisso. Trata-se da Síndrome do Coração Partido, que difere de um ataque cardíaco porque nela os pacientes se recuperaram plenamente e, não sofrem danos duradouros no músculo cardíaco. A Síndrome do Coração Partido é uma metáfora exagerada e bastante utilizada para ilustrar a sensação de uma decepção amorosa real, comum aos relacionamentos interpessoais amorosos infelizes. Inicialmente foi descrita em orientais, no início dos anos 90, como uma nova síndrome cardíaca, caracterizada por uma disfunção ventricular esquerda transitória, tipicamente com aspecto de armadilha para pegar polvo (em japonês, Tako-tsubo) porque suas imagens, quando realizado o cateterismo cardíaco, assemelham-se às armadilhas usadas pelos pescadores locais para apanhar polvos (Satoh, Tateishi & Uchida, 1990).
Desde então, na literatura científica, aparece associada a situações de estresse físico ou emocional, na qual, eventos estressantes precedem e parecem desencadear o início de infarto agudo do miocárdio (Bunker et al, 2003; Dote et al., 1991; Kurisu et al. 2002; Mesquita & Nóbrega, 2005; Strike & Steptoe, 2005).
Contudo, este quadro não se restringe simplesmente aos relacionamentos amorosos que deixam nefastas conseqüências. Há outros desencadeadores para a Síndrome do Coração Partido, donde se percebe que o denominador comum é o súbito estresse provocado por uma perda juntamente com a incapacidade de elaborar o luto para seus acometidos (Mesquita & Nóbrega, 2005; Wittstein et al, 2005).
Atualmente, não há nenhuma forma adequada para o tratamento desta patologia, embora se recomende tratamento, ainda que de curto prazo para debelar os sintomas e as causas. O que há disponível em relação à parte médica são tratamentos que dão suporte ao coração por meio de medicamentos que reduzem o trabalho do mesmo. Algo muito importante na área médica é o acesso à informação.
 É muito importante distinguir a Síndrome do Coração Partido de um ataque cardíaco para que as pessoas vitimizadas possam ser tratadas adequadamente e saibam que seus corações estão saudáveis, em vez de serem informadas de que padecem de uma doença coronária, e assim, tomarem remédios para o coração para o resto das vidas.
 Psicólogos podem ajudar as pessoas de uma forma melhor a manejarem seus estresses cotidianos, bem como a elaborarem possíveis fases de luto, nas diversas formas em que eles se apresentem para as pessoas, e isso reduz os riscos, ou ainda, catalisa a convalescença dos atingidos. Contudo, para não reduzirmos tudo a um mero “psicologismo”, primeiramente as pessoas que sentem que estão em perigo, ou já foram atingidas por tal patologia, devem se encaminhar primeiramente para um cardiologista com vistas a esclarecer a causa desse sintoma. Uma vez excluída a causa orgânica, ou seja, diagnosticado que o coração não tem problema, então se pode procurar um psicólogo a fim de tratar do problema. Embora, conjugar as duas formas de tratamento aos que possam se submeter a ele é ainda mais benéfico".

Um comentário:

Anônimo disse...

Quer um testemunho? Já passei por isso e sobrevivi.Tinha uma situação de luto e, ao mesmo tempo, uma situação de perda. Deu a síndrome e o infarto, 3 dias numa UTI coronariana, o mundo da´piruetas na sua cabeça. Hoje, passado o tempo, sobrou o ventrículo esquerdo avariado e a certeza de q sofrer por amor não vale à pena. Bom mesmo é viver...

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...