O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

sábado, 29 de janeiro de 2011

AMOR QUE MATA

Ontem assisti na TV uma psicóloga forense, falando sobre o amor que adoece. Em  um linguagem clara, ela explicou que assim como alcool, jogos e drogas, amar demais é um vício, e como todo vício, destrói. Já sabíamos disso, certo? Mas completando, ela disse que as pessoas que sofrem desse mal, não desenvolveram auto estima, auto conceito, amor próprio na infância, e dessa forma, escolhem um objeto para ser alvo do seu amor, e o amam de maneira doentia porque o sentimento que ela destina ao outro, vai além daquele amor que normalmente se destina ao parceiro, ele dá também o amor que deveria ser dele mesmo, e assim,  o outro passa a ser seu amado, mas também seu rival. Claro que tudo isso passa pelo inconsciente. Obviamente, uma hora o objeto amado se cansa desse amor doente, e quer partir. Aí acontece a maioria dos crimes passionais, mata-se o rival - aquele que além de roubar o amor que eu deveria ter por mim mesmo, ainda quer ir embora e me deixar sem referência nenhuma, ingrato.
Fiquei pensando no tamanho da responsabilidade que nós, pais, temos sobre a saúde mental de nossos filhos (entre tantas outra coisa, claro). Na maioria das vezes os pais não têm tempo,  a criança sente-se rejeitada, e acaba por acreditar que pedir amor, leva ao sofrimento. Quanto mais espontânea é a criança, mais desaprovado é, e novamente vai acreditar que seu amor não vale muito. Ele perde a confiança em si mesmo, e em busca de aprovação e amor, esconde suas emoções, aprende a fingir, a manipular, e acaba por acreditar que amar é obedecer para agradar os outros. Criar uma criança, é respeitar sua individualidade, suas escolhas(sim, porque criança tem suas escolhas), é falar a verdade, é amar apesar de qualquer coisa. Só assim, a criança se torna um adulto seguro, capaz de saber o que deseja para si, o que o faz feliz, o quanto de amor merece, o quanto de felicidade almeja. Uma criança que aprende que "se você fizer isso, mamãe não vai gostar de você", corre sério risco de ser um pobre coitado submetido a qualquer tipo de relacionamento a dois, aceitando migalhas como forma de amor, ou sofrer daquele amor doente, que pode acabar com vidas, seja atrás das grades, seja com a morte.
Para se ter um filho é preciso consciência de que aquele bebê lindinho, vai fazer diferença no mundo - como um cidadão, ou como um assassino. Em ambos os casos, guardando a pequena parcela que pertence ao destino, a responsabilidade será dos pais.

4 comentários:

Doris disse...

Excelente!

jOYCE disse...

Tive receio de culpar meu pai pelo que me tornei,mas lendo essa reportagem me encorajo a dizer que não teve parcela do destino. Acredito que os pais querem o melhor para os filhos, mas nem se dão o trabalho de buscar saber o que é esse melhor e metem os pés pelas mãos. Eu fui uma vítima desse descaso. Hoje me trato no MADA. Não tenho filhos e escolhi não tê-los. Não seria capaz de educar um cidadão, ainda estou em busca de me livrar do que foi feito da criança que eu fui. Muito bom seu alerta!

Anônimo disse...

Meu filho tentou o suicídio por causa do fim de um relacionamento, era apenas um namoro...mas ele a amava mais do q a si proprio. Vc tem razão, amor pode matar, os pais podem tentar evitar dando uma educação mais conscientes. Eu não dei. Pensei q suporte financeiro fosse mais importante q o emocional. Queria dar o q não tive e não soube balancear. Fica aqui um testemunho.

Anônimo disse...

Pode matar sim, a si próprio, aos outros, motivo de ódio e vingança.Tmb tenho um filho q depois de uma perda, me disse, não quero mais viver, a vida perdeu a graça, ela era td pra mim.Foi mto difícil superar, consegui ajudar. Eu mesmo já tive vontade de sumir no mundo por amor, não foi fácil.A educação emocional de crianças é um processo q não acaba nunca.
Nem sempre sabemos lidar com isso...

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