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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Um amor humano demais

E aí de repente ele chegou, e era tão idêntico a você que, antes que você dissesse, ele já sabia que morava em você desde sempre e para sempre. O amor era um, porque  amor é sempre  um, mesmo que todos guardem a ilusão de que habita duas almas, na realidade são uma só. É assim que acredito. 
Surpresa, sou apresentada à ideia de que o amor independe de tudo e de todos... As pessoas que se amam tornam-se "não pessoas"? Afinal esse sentimento preexiste, resiste, subsiste. Partindo desse pressuposto, talvez seja uma grande ilusão o enamoramento... Qual a valia do encontro com o objeto do amor se na verdade esse será coisificado, passando  a ser "apenas um melhor espelho"? Essa noção de amor a qual tenho sido apresentada é dotada de tão grandiosa auto suficiência, que creio que poderia dispensar seu portador. 
Se amor é uma projeção(e é) seu conceito nasce no plano das idéias e, a partir dessa concepção do amor, melhor seria, que lá permanecesse mantendo-se imaculado. Realizá-lo seria humanizá-lo. Humanizá-lo talvez signifique exterminá-lo em sua essência.  Onde estaria a lógica de vivenciá-lo se sua existência independe de tudo? Melhor deixá-lo permanecer sublime e intocável. 
Só não entendi o que seria feito dos corpos onde habitam essas almas que portam esse amor... Corpos são matérias, possuem histórias, experiências, choram, sentem, precisam... Devem ser desprezados por não possuírem a pureza e a grandeza do sentimento do qual são reles portadores? Até onde sei, são eles  essenciais  instrumentos para que esse sentimento se manifeste nessa dimensão terrena, onde vivemos. Creio, que na mesma proporção em que necessitamos do amor, precisamos também dos corpos  que nos concedem a graça de nos reconhecermos em outra alma.
Minha humanidade me corrompe e me impede de compreender esse amor que me apresentam... Um amor que é senhor de si mesmo. Tenho distorções acerca desse sentimento tornando-o mais ou menos doloroso, de acordo com o interesse do meu corpo, que se detém no outro corpo que generosamente divide comigo esse amor... E, ao percebê-lo como outra parte minha, confesso que quero sim, a posse dele... Perdoem-me por tamanha fraqueza... Pelo que consegui entender, é aí que estraga-se tudo... Pois a partir de minha necessidade de posse, nasce o risco de humanizar o meu amor... No momento em que o quero perto, estrago tudo? Quero sim tocá-lo. Quero sim por horas sem fim. Quero sim só mais hoje, mais amanhã, só mais um pouquinho. Quero para sempre. Quero só para mim. E aí quero notícias, quero ouvir, quero saber, quero falar. E quero certezas, quero promessas, quero atitudes. E quero agarrar-me nele para não soltar nunca mais. 
Será que serei forçada a aceitar que amor para ser sublime nunca pode depender de nada? E que esses detalhes fazem parte de uma reles humanidade que o amor desconhece? Se assim for, talvez eu ainda seja humana demais para merecer o amor. E assim, chego à conclusão que o meu objeto de amor merece amar e ser amado por outro amor...que seja tão altruísta e consciente quanto ele... Ainda sou humana demais. Desculpe-me por essa triste constatação.

Um comentário:

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