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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Jovens querem o amor, adultos precisam


As pessoas da minha geração que estão em busca de novos relacionamentos poderiam aprender algumas coisas com os jovens. Esses não desperdiçam nem o farelo dos bons momentos, enquanto os “tios” mantêm relações como se fossem aquelas paçocas que se quebram com facilidade, perdendo assim, a chance de saborear os vários pedacinhos que ficam pelo chão.
Percebo que os adolescentes namoram com uma inteligência emocional mais apurada do que os que já passaram dos 30. Não deveria ser o contrário?
Adolescentes namoram para fazer tudo juntos, ou porque adoram não fazer nada juntos, ou porque curtem aquela mesma turma imensa que sobe e desce falando alto as ladeiras de uma vida ainda leve e descomplicada. Quase sempre o casal tem os mesmos tipos de questões – problemas com o irmão, pais que estão se divorciando, o sofrimento para mostrar o boletim em casa, a tensão do vestibular, a escolha da carreira, enfim... São mais amigos que amantes, mais alegres que filósofos, mais Skank que Yann Tiersen, mais Ice que vinho tinto.
Claro que tudo tem sua fase, mas para quem se dispuser a procurar, em tudo há sempre um belo caminho do meio, onde se aproveita para sempre alguma lição daquele tempo que passou.
Depois dos 30 anos todo mundo quer um companheiro perfeito. Mas finge que não. O discurso é o mesmo ah, todo mundo tem defeito, é preciso relevar para estar juntos. Mas no primeiro momento de reclusão do parceiro, pronto! Ele é difícil demais, já passei da idade de agüentar isso” E quando era mais nova você aguentava? Não. A diferença está em que quando você era mais nova reparava muito mais nos deliciosos momentos de bom humor dele e nem se ligava nesses momentos down. E quando ele encenava essa fase, provavelmente  você simplesmente o respeitava, e saía com os amigos para se divertir, ao invés de  ficar sozinha abraçada no travesseiro, ou se embebedando em frente à TV, se consumindo com a dúvida – o que será que eu fiz? Essa provavelmente é a cena que você protagoniza. Estou errada?
Jovens  tem uma sabedoria ímpar quando o assunto é relacionamento a dois. Simplesmente porque eles  não buscam entender. Eles apenas vivem. E acima de tudo não colocam sobre os ombros do outro o peso da relação, como se essa fosse vital e indispensável. Não necessitam do namorado, apenas querem estar ao lado do namorado.
Eles vivem em  uma casa cheia – pais, irmãos, amigos, primos. Eles tem sonhos, eles tem tempo, eles  tem coragem.  Eles namoram para somar os namorados a toda essa gente que os cerca, e também para dividir com ele os sonhos, o tempo e a coragem de ambos.
Adultos são limitados para relacionar-se. Sonham menos, porque já conquistaram muito, tem estabilidade financeira, casa própria, uma profissão. Ficam mais sozinhos – os irmãos já casaram, os pais ficaram para trás, e quando deixam um copo em cima da TV ao saírem apressados para trabalhar pela manhã, o encontram no mesmo local quando retornam à noite. Tem tanto tempo livre nos finais de semana que acham imprescindível dividi-lo com alguém. O necessitar precisa dar licença ao simples querer. A diferença é enorme! Ninguém precisa, todos apenas querem. Querem porque é bom ter alguém ao lado para dividir.
É preciso coragem para sair dessa roda que gira sem parar trazendo até você o que não vale à pena... Ao  se confundir entre precisar e querer muito, você entrará naquela energia de que  “qualquer maneira de amar vale à pena”, mas nem sempre vale.
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