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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Traição Virtual, sim


“Existe traição virtual”?

Convicção pode ser um perigo, mas me arrisco: é óbvio que existe! Se existe relação virtual, existe traição virtual.
Não vejo dificuldade em entender isso a partir do momento em que se acredita que laços verdadeiros podem ser firmados (e desfeitos) através da virtualidade.
Há muito tempo os relacionamentos vêm passando por transformações. As mulheres estão buscando viver de modo singular, libertando-se das posturas que as feministas definiram como sendo modus operandi que garanta o papel da companheira, amante, mãe e dona de casa, sem perder as indubitáveis conquistas do universo feminino. Ocorre que essas mulheres descobrem que seguir uma opção pessoal, independente de manuais, também não é garantia de felicidade.
Enquanto isso, os homens vão tentando se encontrar dentro da relação em que vivem ou buscam viver, perdidos, entre mulheres/Amélia, workaholic, Bridget Jones e fêmea fatal. Também tentando descobrir o tipo de relação que os fará feliz.
Nesse antigo descompasso entre as fórmulas da felicidade conjugal e o que cada um aposta, somos presenteados com o ilimitado mundo virtual abrindo-nos um universo de perspectivas. Somos içados do emaranhado de livros de auto-ajuda que compulsivamente surgem trazendo sempre a “última solução para viver bem a dois”, e entramos em salas de bate papos (o famoso chat).
Troca de experiências, desabafos, conselhos, e percebe-se que o mundo está repleto de pessoas com os mais diversos tipos de questões sentimentais. A cadência de relatos sobre relacionamentos a dois impressiona. Essa constatação de que você não está sozinha em sua queixa, conforta. Pois a colega de ginástica, a cabeleireira, o chefe do escritório, a turma da pelada de domingo, as mães que tagarelam na porta da escola dos filhos, parecem sempre protagonizar o relacionamento perfeito! Quantos deles não estarão, como você, em algum chat? Todos na mesma embarcação, buscando as mesmas respostas.
Ai, um dia, em meio a essa troca despretensiosa, você esbarra (assim mesmo como em uma esquina) com alguém que pensa como você, que gosta das mesmas coisas e que também está ali pela mesma razão - sente-se só, e busca encontrar pessoas afins.
E quando menos se espera estão teclando diariamente, a tela do computador parece pulsar, viva, transmitindo as emoções... E vem a necessidade de esconder esse fato do companheiro/a – apagam-se todas as mensagens, troca-se a senha antes compartilhada, enfim afastam-se, ficando de lados opostos. A meu ver, começa aí a traição. Desfez-se um casal. E, cada dia me convenço mais que certezas em torno dos relacionamentos são como bolhas de sabão...
"Viver deveria ser – até o último pensamento e o derradeiro olhar – transformar-se.”
Ocorre que quando só um acredita nisso, é o começo do fim, o grande descompasso que poderá levá-la/o ao interessante mundo dos relacionamentos virtuais.
Traição é trair a confiança, e isso independe de onde se esteja - se no mundo virtual ou real.   

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