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terça-feira, 23 de julho de 2013

Na rua ou na net, haverão enganos

Há mais ou menos uns 2 anos atrás fui convidada a dar um depoimento no blog, "O Amor Está na Rede" (homônimo do livro) da escritora Érica Queiróz sobre meu casamento que aconteceu a partir de um relacionamento iniciado na internet. Desde essa época, sempre recebo muitos emails a respeito desse assunto, e semana passada recebi um que me questionava sobre o final do meu casamento.
Por mais de uma vez, escrevi textos onde me posicionei como uma defensora dos relacionamentos virtuais. E continuo defendendo-o. Tive um casamento que após 11 anos chegou ao fim, como ocorre com vários casamentos, e isso não teve absolutamente nada com o fato da relação ter se iniciado na internet. Em detrimento de ter chegado ao fim, minha experiência foi positiva e, de saldo, uma filha de 9 anos. Relações são relações, independentemente se tiveram início em frente a tela de um computador ou na mesa de um bar. O que as diferencia é simplesmente esse primeiro contato - em site de relacionamento ou na festa de aniversário de uma amiga - mas no decorrer do tempo equiparam-se. Amor só é eterno enquanto dura, Vinícius já dizia isso.
Se eu tivesse mudado de ideia acerca dos amores virtuais, não teria investido, após meu divórcio, em outra relação desse tipo.
Mas confesso que me cansei um pouco desse contato virtual. Decidi apostar em um início mais real. Sabe aquela coisa de você saber quem é o irmão, o filho, e conhecer aquela vizinha que também o conhece? Pois é... Ando precisando de mais realidade e menos virtualidade. Coração que vai se aquecendo a cada nova conversa e não a cada nova teclada. Quero descobrir ouvindo o som da voz e não das teclas do computador. Dessa vez me apraz ouvir, e para ler, sigo com Fernando Pessoa, que há muito me hipnotizou com sua sensibilidade, que é fato, e não arma de conquista.
Estar ciente do poder contido nas palavras não foi suficiente para me proteger do imenso estrago que elas podem causar quando vêm completamente desvinculada de certezas. Como consequência dessa rica experiência,  interessa-me, agora, os atos e não as pobres ricas palavras. 
Não quero mais flores entregues pelo site "Flores on line", não quero mais noites nos fins de semana no Skype, não quero mais aqueles telefonemas com horas e horas de duração, não quero mais sexo virtual, não quero mais encontros programados com antecedência, não quero mais celulares desligados, não quero mais detalhados relatórios explicativos, típicos da distância e de outras "coisinhas mais".
Quero amor pertinho. Quero amor sem tempo regulamentado. Quero amor límpido. Quero amor com nome e sobrenome.Quero amor bonito. Como diz Quintana  "O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser."
Na rua ou na net haverá sempre o risco de engano - aquele amor que se dizia amor, mas não se cumpria amor. 

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