O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

PRÍNCIPE ENCATADO EXISTE, MAS NÃO SOBREVIVE

Cristi me escreveu um email gigante, (como tenho recebido vários) com um história sem reservas de emoções. Casou-se aos 20 anos, teve 4 filhos homens, criava-os e educava-os de perto,  e acompanhava o marido, professor universitário, em seus raros compromissos sociais. Não enfrentava problemas financeiros, acha que nunca foi traída, e não havia briga em casa. Ele era um homem  educado, frio e distante, e ela, infeliz. Sentia-se sozinha, carente, indevida. Os anos passaram e com eles a esperança de ser amada. Sentia falta do toque, do olho no olho, de beijo na boca e de sexo. Pensou em traí-lo várias vezes só para saciar seu desejo juvenil, mas faltou-lhe coragem. Acha que ele se saciava com as palestras,  cursos e livros. Os anos passaram, os filhos cresceram e ela tinha a impressão que secara por dentro. Nem sonhava mais, como acontecia durante aqueles anos todos, em que imaginava como seria fazer amor com outro homem, beijar, namorar, passear. Eles apenas dormiam juntos, conversavam formalidades durante as refeições e faziam sexo uma vez por mês, talvez. Ela tinha 38 anos.  No dia em que iam completar 18 anos de casados, ele faleceu.
Passaram-se os meses e ela voltou a estudar. Lá conheceu um colega de turma com quem se envolveu devagar. Tornaram-se amigos e confidentes, e um dia viajaram juntos. Aconteceu então o primeiro beijo, a primeira noite e ela se assustava quando sentia aquele abraço fora de hora durante a noite, aquele olhar durante o almoço, aquela mão segurando a sua enquanto caminhavam na rua. Sentiu-se a mulher mais feliz do mundo. Em casa, contou aos filhos, que acataram a decisão rápida da mãe de ir morar com outro homem. Foram todos apresentados, saíram juntos algumas vezes e logo mudaram-se para a casa dele. Outra surpresa -ele foi um pai em tempo integral para todos eles, os que ainda eram crianças, e os já adolescentes. Eram verdadeiros companheiros para tudo. E ela, estava vivendo um conto de fadas. Ele tinha um comércio  e ela começou a trabalhar com ele. Viviam pelos cantos se agarrando. Eram completamente apaixonados, e ela, se sentia a mulher mais abençoada do mundo. Agradecia a Deus o dia todo. Eram  companheiros, viviam grudados, tinham assunto as 24hs do dia, davam gargalhadas o tempo todo. Formavam uma verdadeira família.
Um dia, de madrugada, o telefone tocou -  a loja havia pegado fogo. Perderam tudo. Começaram do zero. Ela segurou a barra com a pequena pensão que recebia, e ele foi trabalhar como representante da distribuidora da qual antes, era comprador. Mais difícil foi dormir sem ele, almoçar sem ele, acordar sem ele, que viajava quase a semana toda. Os filhos sentiram muito também. Passados uns meses, ela começou a notar que a relação dos dois estava diferente. Conversavam menos, riam menos, e ele que nunca dormia fora (mesmo que chegasse em casa  de madrugada), começou a dizer-se cansado e a dormir algumas vezes fora. Isso era compreensível aos olhos dela. O que a fazia sofrer era a distância que ela notou que começou a existir entre eles. Tentou conversar, mas ele carinhosamente a abraçava, justificava qualquer diferença com o cansaço e ela logo se sentia segura em seu colo.
Um dia no fim da tarde, ela foi fazer-lhe  uma surpresa, resolveu visitá-lo no escritório da firma que ficava em uma cidade vizinha, onde os representantes participavam de uma reunião semanal. Ao chegar lá notou que ele ficou desconcertado, mesmo assim, veio abraçá-la, apresentou-a a todos,e foi como sempre, muito atencioso. Mas algo estava diferente, e nem adiantava negar, ela o conhecia profundamente, eram quase a continuação um do outro. Foram para casa e ela perguntou apenas uma vez o que estava acontecendo. Ele disse que não conseguia esconder nada dela, e que por isso, ia falar, mesmo correndo o risco de ser incompreendido e de magoá-la. Contou-lhe, então,  que estava se sentindo encantado por uma colega de trabalho. Que nada tinha acontecido entre eles, mas que era por isso que  estava diferente,  pensava nela e na possibilidade de tê-la, e se envergonhava disso. E que , naquele dia, ao ver a esposa entrar pela porta no escritório, certificou-se que era tudo fantasia , porque ele a amava demais! Ela não teve reação. Nem perguntou nada. "Um pedaço de mim morreu ali, naquele minuto. Nunca vou entender. Não sei por onde ela entrou. Não percebi que tinha qualquer greta aberta. Ele era o meu príncipe encantado". Ela disse que sofreu mais com essa confissão, do que em todos os anos em que foi mal casada. Acredito. Quanto mais alto o vôo, maior o tombo. É assim mesmo. Perguntou minha opinião, se acho que deveria se separar.
Bom disse à ela a única coisa que senti: Para que o tirasse da posição de príncipe encantado, e o colocasse apenas na posição de marido, companheiro, amante. Ou seja, de uma pessoa importante, mas comum, como ela. Ninguém falha sozinho. A greta se abre porque os dois distraíram, ou porque a natureza humana é falha, ou porque não existe relação tão redonda, ou simplesmente porque príncipe encantando não permanece vivo por mais de algumas semanas. Mas dá para transformar tudo isso, e continuar a investir em uma relação que deixa evidente que é saudável, que vale à pena e que acima de tudo a faz feliz!
Bom Cristi, é isso, desça esse homem do pedestal que o colocou, humanize sua relação, tire-a da fantasia. Mas isso, minha amiga, só mesmo você pode decidir - se pode fechar essa porta e continuar com ele, ou se vai fechar a porta e abrir outra, sem ele. Deus ilumine sua escolha! Fique firme!

10 comentários:

Anônimo disse...

Noossa, q história comovente.. Esse homem é bem louco!! Acho q , se ele se 'encantou' por outra mulher, a distância entre se encantar e fazer algo com ela é bem peqna!! Acho q a esposa deve ficar de olhos abertos, pq a pior traição q existe é qndo rola sentimento. E se chegar a rolar algo entre eles, é bem capaz dele se apaixonar de vez.. Eu posso ta sendo meio pessimista, mas tbm já vivi mta coisa ruim, talvez por isso estou assim.Eu tbm colocava meu marido na posição de 'perfeito, príncipe, etc..', e qndo ele tropeçou, doeu bem mais do q deveria doer. Hoje eu o 'humanizei', como vc disse Marcela, e qndo ele erra, eu simplesmente entendo, dói, mas eu sei q todos podemos errar. Tomara q a Cristi saia dessa e seja feliz.. Torço mto por ela..Bjs!!!

Jennifer disse...

Linda história, como todas as outras!! Estou amando seu trabalho!! Fik c Deus!! Bjs...

Anônimo disse...

Príncipe encantado q vc fala é aquele q anda num cavalo branco, cheio de pompa? Ou é aquele q antes de vc entrar na banheira era um sapo? É verdade q toda mulher sonha com ele? Olha, avisa pro pessoal q o tal príncipe era gay e q o sapo era uma perereca disfarçada. Pra dar a volta por cima, qlker mulher tem q ser mto macho!!Sempre vale à pena tentar! bjs

Marcela disse...

Oi gente! É isso aí, quanto maior o vôo, maior o tombo. Anônimo, cuidado para não passar a vida inteira"entendendo" os erros do seu marido. Humanizar a relação é uma coisa, minimizar o desejo de ser feliz é outra!
Brigadão Janine, espero vc sempre por aqui. Bjos e olhem aí o que disse nosso amigo, o príncipe era gay e o sapo era perereca...rs Mas podemos dar a volta por cima!Sempre!

Anônimo disse...

Vc escreveu para mim? Acho que foi...Valeu!!! Tá impresso ao lado da minha cama.................

Anônimo disse...

Cuidado!!!! Tem um príncipe ENCATADO na sua história...vai ver foi um príncipe catado no meio de tantos....abs

Marcela disse...

Oi Anônimos! Que bom, acho que escrevi para 99,99% das pessoas...rs
Anônimo que não é bem anônimo, eu tenho mesmo um príncipe na minha vida, mas vc sabe bem o dia em que ele deixou de ser encantado. Mas continua príncipe, e foi melhor assim. Bjos

Anônimo disse...

Principies existe, talvez encantados pela sua beleza exuberante, mais encantados por serem " românticos" NUNCA VAI EXISTIR.

Luciana Figueiredo disse...

Também vou te escrever diversos e-mails gigantes...rsrs Mas preciso de mais tempo pra isso... Estou absorta e absorvida com seu blog. E tem tanta coisa que parece com minha história!!! Mas olha que minha vida também dá um livro, viu?? Inclusive já fui incentivada a escrever... Um dia quem sabe?? Enquanto isso, vamos trocando experiências... Amei tudo isso!!! Abraços, luciana

Marcela disse...

Oi Luciana! Que bom q está gostando. Opinião de escritora é mto importante para mim. Vi q vc tb tem um blog. Vou dar uma olhada lá. Fique por aqui. Bjos

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