O blogger é atualizado de acordo com as batidas do meu coração. É um prazer tê-los comigo.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A DOR BATEU EM MINHA PORTA

Preciso confessar  que por mais  solidária que eu seja com as desilusões e perdas amorosas dos meus companheiros de blog, quando essa mesma dor bateu em minha porta, paralisei. É assim que me sinto hoje, inerte. Difícil ver filho chorando. Namoro longo desfeito. Sofrimento, assolando cada cantinho da nossa casa, que por solidariedade, parece criar vida, para poder dividir conosco, a falta daquela pessoa que nos marcou com sua presença querida,  por tanto tempo. Disse para os dois o que ouvi muitas vezes - isso também vai passar. E passa. Mas não soube responder a pergunta dela "vai demorar"? Não sei, minha querida. O tempo é relativo, às vezes é amigo, às vezes é cruel.
Lembrei-me de um namorado que tive dos 15 aos 18 anos. Terminamos o namoro antes do natal.  Desgaste dos anos, descompasso de projetos futuros. Nenhum motivo concreto no qual  eu pudesse me agarrar e dizer "pois é seu traidor, fiquei livre de você". Nada de ruim. Nenhuma acusação. Nenhuma mágoa. Cada pedaço de mim guardava a presença dele. Todas as roupas do armário, a almofada na cama, o urso de pelúcia na estante, os milhares de retratos - na praia, no campo, em casa, nos aniversários, nas festas.
Foram 3 natais, 3 reveillons, 3 aniversários, uma formatura, um vestibular.Como pedir que ele desse licença desses lugares todos? Jogando as roupas fora? Doando as almofadas e ursinhos de pelúcia? Rasgando fotos? E fazer o que com as lembranças que estavam na minha cabeça e no meu coração? Como foi difícil, meu Deus! Achei que fosse morrer, não morri. Achei que nunca mais encontraria alguém tão especial quanto ele, encontrei. Achei que quando tivesse no altar trocando alianças, me lembraria dele, não lembrei. Achei que quando meu primeiro filho nascesse, colocaria o nome que tantas vezes escolhemos juntos, não coloquei. Achei que jamais sentiria  prazer com outro,  senti. E assim, hoje ele é apenas uma doce lembrança. Muitas vezes percebo que meus 40 anos, querem desrespeitar os meus 20, minimizando aqueles sofrimentos, como se tudo fosse uma grande  bobagem. Mas não permito. Todas essa lembranças, boas e ruins, foram muito importantes. Cada uma delas, sou eu. Nada nem ninguém foi mais como antes. Nunca é. E nem será. A vida voa,e as pessoas tentam acompanhar.
Nesse término do namoro do meu filho, lembrei de mim, lembrei desse namoro, dessa dura separação. Para eles também está sendo assim. Sem motivos concretos. "Mãe, cada roupa do meu armário, guarda um pouco dela". "Marcela, seria tão mais fácil se tivesse um motivo". Eu sei, eu sei... Mas não vale manter uma relação que ficou preta e branca, se um dia ela foi tão colorida! É preciso ter bem definido dentro da gente o que queremos, o que merecemos. Esse é o termômetro de nossa felicidade. Para ser feliz é preciso antes de tudo, coragem. Não há separação sem dor, mas separar não significa acabar. Tudo continua, de outra maneira, mas continua. Não acabaram os sonhos, as expectativas de futuro, os planos para o próximo verão. Meus amores, tudo precisará ser refeito, mas a vida segue, guardando um brilho novo e diferente para cada um de vocês dois. E eu, fico aqui, na primeira fila torcendo para que cada um seja muito, mas muito feliz! Amo um e amo o outro, como um dia amei os dois juntos.

5 comentários:

GIL disse...

AI QUE LINDO!!! LINDO!!! LINDO!!!

Anônimo disse...

Nossa, eu tava precisando ouvir isso de alguém! Veio na hora certa para mim.Obrigada!

Diana disse...

Não deu para segurar o choro! Sei que preciso tomar uma decisão e terminar o meu namoro. Fico esperando um motivo que alivie essa decisão, e sinto que ele também. Ao ler esse post, entendi que não adianta esperar. Isso é covardia. Se agarrar em uma possível falha do outro(que pode nunca acontecer)para ficar mais fácil. Muito providencial seu post! Desejo alento para seu filho e a ex dele. E para você, muita vida e muita saúde para continuar fortalecendo pessoas e relacionamentos. Valeu Marcela!

Marcela disse...

Ô gente! Que bom...apesar do inevitável sofrimento, o objetivo é esse - encorajar, trocar experiências e garantir que tudo que dói passa! Bjos

Anônimo disse...

Pois é, querida, vai arder, nem soprando ajuda. Acumulamos cicatrizes pela vida, feridas curadas ou não. Fazem parte do viver a vida intensamente. Não se arrepender de nada, não amaldiçoar, não culpar, td isso ajuda, mas não cura. Quem amou de verdade sabe disso. Sofremos prq somos gente, gente q ama e as perdas sempre doem prq foram importantes. Vai passar.

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