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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

PRONTA PARA O AMOR


Depois da minha insônia, ando improdutiva. Continuo com aquela sensação inexplicável que tem me deixado fora do ar. Nunca fui de temer nada, mas confesso estar tomada por uma ansiedade que nem minha meditação tem resolvido 100%. Aí, chegou em minhas mãos através de uma querida, esse texto com o qual concordo tanto, que não trocaria nem uma palavrinha, apenas abri um parênteses, lá no final. Quero dividí-lo com vocês porque vale à pena de verdade.
Sobre estar sozinho -Flávio Gikovate*
Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca, hoje, é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência – e pouco romântica, por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.(Aqui abro um parênteses para dizer que mesmo acreditando que todos temos uma alma gêmea, o maior erro que percebo nas relações é o hábito de projetar no outro o que desejamos, e aí...é mesmo só uma invenção que mais dia, menos dia, vai desmoronar como um castelo de areia).Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém: algumas vezes, você tem de aprender a perdoar a si mesmo…

4 comentários:

Dalva Eline A. Santos disse...

Marcela, conviver é uma renúncia grande, são dois universos distintos que procuram entrar em sintonia, mas, para haver a harmonia e melodia é necessário que o amor, "maestro" ensine o momento certo de cada mudança de ritmo, compasso, afinação, entre outros. É um processo grande, até a música envolvente ficar realmente pronta para ser apreciada. Na minha opinião, ninguém pode tornar-se o "centro" das atenções do outro, devemos primeiro nos amar incondicionalmente e buscar o nosso bem para compartilharmos com o outro.
Abraços!

Marcela disse...

É isso Dalva, por isso gostei tanto desse texto. Bjos

Marcela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

O texto está baseado nas opiniões do psi Gayarsa, sem perder o sabor original.Só q...a realidade das relações apresenta outras versões mto duras e q devem ser encaradas de frente.
Uma vida a dois é cheia de surpresas e nem sempre estamos prontos pra elas. Essa adaptação diária requer mto mais do q amor, exige sacrifícios, abnegação e desprendimento emocional.Mas, acima de td, carinho e afeto, senão ...

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