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quarta-feira, 13 de março de 2013

Amor (e dissabor) virtual


Conhecer pessoas na internet é um risco, o mesmo que envolve conhecer pessoas em qualquer outro lugar. Pessoas são sempre pessoas.  Carregam fardos, enfrentam desafios, buscam conquistar seus objetivos, e entre eles está, quase sempre, encontrar o amor. É fácil conhecer pessoas difícil é reconhecê-las, esteja ela no bar da esquina ou na internet. A grande diferença é que nos relacionamentos virtuais há mais conversa, e assim, mais promessas são feitas, um maior envolvimento ocorre e mais subsídio se consegue para “atacar” a presa (se esse é o objetivo), pois quando o encontro acontece, já existirá entre eles, uma intimidade e confiança mais efetiva do que o outro casal do bar da esquina. Pode ser que tudo saia errado e a pessoa não seja aquela que você imaginou de início, mas isso não é prerrogativa do relacionamento virtual. Apostas erradas são feitas em qualquer lugar. Essa busca sempre envolverá risco, pois relacionar-se com o outro é um ato de entrega, onde a precaução costuma ser deixada de lado, estejam longe ou perto. A verdade é que as desilusões que marcam os relacionamentos virtuais, talvez com maior frequência que os outros encontros, têm como maior responsável, o fator carência - a grande doença do século. Falta de tempo, busca desenfreada por dinheiro, status, projeção no mercado de trabalho. Tudo isso coisifica o ser humano, tornando-o frívolo, preocupado em cumprir mil tarefas, esquecendo-se de quem ele é, do que está fazendo com seu tempo, com seus sonhos e com seus amores, geralmente perdidos.  A solidão assola a humanidade, não falo de estar sozinho, falo de sentir-se sozinho mesmo estando ao lado de um companheiro, ou em meio à multidão. As pessoas perderam o hábito de ouvir e serem ouvidas. Até que um dia, encontram quem as escute, geralmente em uma noite solitária, em que, de frente para o computador busca-se companhia,  e aí, sua carência já grita tão alto, que as deixam surdas para as evidências, tornando-as incapazes de perceber tolas seduções. Fato esse que seria tão evidente, se elas estivessem inteiras, supridas em suas emoções. E aí, o resultado disso, são pessoas usurpadas em seus sonhos, mutiladas em suas fantasias, feridas na alma. 
Eu sou uma defensora dos relacionamentos virtuais. Onde as pessoas têm mais coragem de falar, onde o outro te escuta sem pressa e você fica literalmente a dois, podendo apenas ser. A questão é que antes de sair em busca de uma relação de amor é preciso amar-se. Estar inteira é a única maneira de escapar de ser mais uma tão falada "vítima do amor virtual", produzido pela infelicidade, carência, solidão, baixa estima. Só estamos preparados para entrar em uma relação virtual, quando temos uma vida social, e outros pretendentes de "carne e osso"  e, ainda assim, o coração insiste em bater mais rápido quando escuta um simples aviso de um novo e.mail em sua cx postal. 
Qualquer relação a dois para ser saudável, precisa ser decorrente de uma opção, jamais da falta de opção, e quando o relacionamento é virtual, em minha opinião, o cuidado precisa ser redobrado, porque o terreno já é naturalmente propício à ilusão.  

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