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quinta-feira, 14 de março de 2013

Ritual do casamento



Muitas pessoas consideram importante legalizar a relação oficialmente através do casamento. Outros não. Isso angustia algumas mulheres (o índice é muito maior entre elas do que entre eles), a ponto de colocar um bom relacionamento em risco, quando ambos não dão a mesma prioridade a esse fato. Mas quantos, entre os que defendem essa ideia, já se perguntaram por que o ato de oficializar a união lhe é tão significativo? Representa o que?
Para que ir ao cartório, assinar papéis, ter testemunhas, se essa não é a vontade de ambos, principalmente na atualidade, onde a lei garante direitos à união estável?
Eu gosto dos ritos e seu significados que demarcam, simbolicamente, fins e começos.  Para mim só por isso se justificam os milenares ritos de passagem, como batizado, 15 anos, casamento, e até funeral. 
As coisas só possuem o significado que lhes atribuímos. Se esses rituais não são realizados de forma consciente, ficam ocos, perdem a razão que é demarcar uma nova etapa da vida. Não é inteligente marchar sempre de acordo com as convenções. Repetindo atitudes, abrindo mão do raciocínio do qual somos dotados. Seguir padrões pré-estabelecidos sem questionar não é viver, é reproduzir a existência. Não somos robôs, apesar de estarmos cada dia mais robotizados.
Se o ritual de consagrar a união matrimonial pela lei, não se justifica para o casal, então não vale à pena o desgaste da relação por algo vazio de sentido. Essa compreensão permite outro enfoque na questão e a partir disso, decisões conscientes poderão ser tomadas a dois. 
A união de dois corações oficializa-se através do amor, do carinho, do companheirismo, do respeito, da vontade livre de manterem-se juntos.
Por mais que dezenas de papéis sejam assinados, mil testemunhas compareçam, padres, bispos e papas abençoem, tudo isso só será suficiente para oficializar uma união legítima, mas completamente insignificante para selar uniões de afeto, pois não “falam” a linguagem do coração, do toque, dos sonhos comuns.  
O amor e a comunhão, libertos de culpa, para decidir o tipo de vida que ambos almejam, valerão sempre mais do que assinaturas, bençãos e testemunhas. 
O caminho mais provável para o sucesso da relação é que ambos consigam olhar para a mesma direção, o que independe de legitimidade.
Porta retratos, álbuns e vídeos de casamentos congelam um momento de celebração, mas só têm sentido quando continuam representado uma vida vivida do lado de fora.

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