Eu percebo o mundo
através das pessoas e das palavras, preferencialmente pessoas e palavras que
sejam desconcertantes, pois é essa imprecisão que me fascina.
Cada vez sei
um pouco menos, e quanto menos sei, mais busco e quanto mais busco menos certezas
me permito. Essa falta de completude me move. Agarro-me ao conhecimento com todos os meus sentidos. Sou obcecada
por tudo aquilo que colabora para que eu me torne maior que eu. Minha vida
voltou-se muito para o universo dos relacionamentos. E me surpreendo do quanto
esse oceano é como o próprio oceano: incerto e sedutor. Uma forma de tormenta.
Que tem pressa.
Geralmente a
capacidade de racionalizar é proporcionalmente inversa às delícias de se apaixonar.
Não vai aqui nenhum juízo de valor. Até mesmo porque a probabilidade de não
sofrer é maior para quem usa o bom senso e a crítica para guiar a expressão emocional. Os
menos racionais atiram-se, tropeçam, caem, machucam, mas em compensação... Recebem
mais, amam mais e até sonham menos porque se permitem experimentar mais (entenda-se
esse experimentar como se aventurar por terras
que de fato ofereçam um algo mais).
No amor, quem se guia só
pela razão, um dia vai sair em busca do que ninguém poderá devolvê-lo – o tempo
que ficou congelado, as emoções não vividas, as luas que não foram olhadas, os
abraços que não foram trocados, porque estava pesando e medindo sensações e
desejos, com o que lhe era conveniente - por medo ou crença.
“Se você quer saber o que
vai acontecer
Primeiro a gente foge
Depois a gente vê”.
Primeiro a gente foge
Depois a gente vê”.
Depois de “fugir”, é
hora de pesar e medir - Vale à pena
investir? É essa pessoa que quero para minha vida? Serei feliz convivendo com
seu temperamento, suas posturas, seus valores? A razão redireciona e modifica
a expressão das emoções. Não sei se isso engessa a espontaneidade, talvez sim. Mas
nesse momento, isso já não importará mais.
No momento seguinte é
hora de lançar mão da razão. E a partir daí decidir com consciência, se
continua ou sai de cena, arcando com todas as dores que isso pode causar. A
mesma coragem que é preciso ter para se lançar é preciso ter para se retirar.
Só acho que ninguém
deveria se retirar sem antes se lançar. O tempo não perdoa... Melhor o
ferimento e suas recordações cheias de vida, do que o vazio repleto da pergunta
-“como poderia ter sido”?
6 comentários:
Lindo! (Ah...isso foi pra mim???)rsrs Beijos!♥
Isso aí garota, isso aí, falou e disse tudo. O medo de sofrer por amor é uma prova de que o amor não existe e não resiste ao tempo. Amor ou paixão, não importa, devem ser vividas totalmente. Que se dane a razão nessas horas, não serve pra nada, não soma, só diminue o ser humano. Só os loucos e apaixonados construiram o mundo....o resto ficou pensando como ia fazer....bjs
Oi Lu!!! Acho que isso é para a maioria, incluindo euzinha...rs
Pois é Anônimo, vamos vivendo e conhecendo novos caminhos e possibilidades. É muito bom não estarmos "prontos". Bjos
Marcela é profunda a sua mensagem, linda! Realmente o medo atrapalha e com certeza, existem momentos que precisamos escolher, sair ou ficar no palco. Bjs.
Pois é Dalva, ninguém escapa dessa escolha. bJOS
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