Faz exatamente um ano que abri esse blog. Fiz
amigos, descobri escritores e poetas maravilhosos. Li textos que
me fizeram chorar, refletir sobre coisas, e aprendi a relevar tantas outras. Passeando pela blogosfera, achei conforto em dias difíceis e textos em forma de conselhos que chegavam sempre no momento certo. Aqui, aprendi a pensar mais sobre o valor do perdão.
Escrever é meu remédio mais poderoso. Quando
escrevo, qualquer coisa, seja ela boa ou ruim, inicia
sempre um processo particular de cura - as palavras fluem, e esse
não pensar, me permite descansar das aflições comuns aos que vivem.
Pelos relatos que recebo, percebo feliz, o quanto
consegui "secar lágrimas" e isso me faz acreditar que sei fazer
alguma coisa boa na vida. Escrever é onde começo e termino. As palavras mandam em mim.
Pela primeira vez nesse um ano estou há três dias
sem vir aqui. Senti falta e fiquei feliz em receber tantos comentários carinhosos
em meus textos, justo em um momento onde o que mais preciso é me sentir gostada. A vida ainda é camarada comigo.
Agradeço a todos que me lêem e participam com
seus comentários. Agradeço aos que, confiando
em mim, relatam sua dores. Tudo isso foi e é luz no meu caminho. A cada vez que lidava com a dor
dos relacionamentos alheios, redescobria, no dia a dia, o prazer do meu. Eu amo
meu marido, independente do foi, do que é e do que virá.
Ontem pensei em acabar com o blog, mas seria o
mesmo que arrancar um pequeno pedaço de mim, na tentativa de suturar uma ferida
recente. Decidi não fazer isso, por mim e por aqueles que ainda vou
poder confortar com as palavras que coloco aqui.
Hoje queria poder fazer o parto da minha dor. Não
para trazê-la ao mundo (o mundo dispensa mais dor) mas para arrancá-la de dentro de mim, com a promessa de incinerá-la em um canto qualquer.
Descobri mais uma vez que não sei nada, não
entendo nada, não tenho controle de nada. A vida é sim, um barco de papel onde
navegamos em alto mar. Quando vem a tempestade ele se desfaz, e ficamos à
deriva. Chegou a minha vez. Estou à deriva.
Queria me esconder de mim mesma. Em vão. Tenho
que encontrar uma forma de me ajeitar de novo dentro do que sou. E vou
conseguir. E já sei por onde começar. Não é a primeira vez que
preciso me reinventar. Quando você sabe que precisa mudar a sua vida, e vai
"empurrando com a barriga" por comodismo ou covardia, vem a dor e...
pumba! Te joga lá de cima! Você se esborracha, acorda e entende de uma vez
por todas, que é chegada à hora de segurar o seu futuro com as mãos. Não é o jeito
mais fácil, mas muitas vezes, é o único jeito. Foi assim comigo. A partir de agora, vou
mudar de lugar, de pessoas, de projetos. Vou abandonar vícios de quem se
trancou para o mundo, e lançar-me novamente ao risco que é viver. Não quero mais só sobreviver. Se me for
permitido fazer essa reconstrução contando com as peças que me são caras e que tanto amo, assim farei, caso não, começo do zero.
Um beijo carinhoso a todos vocês, obrigada pelos diversos "parabéns" que recebi por esse primeiro aniversário do blog. Como tenho certeza de
que tudo passa, sei que o céu vai ficar azul de novo e eu, como palmeira, escolhi voltar a
crescer em direção à luz. Somente em direção à luz. E que assim seja.